Conclave 2025: Cardeais debateram «ferida» dos abusos sexuais e escândalos financeiros

Reuniões gerais procuram definir perfil do novo Papa

 

Cidade do Vaticano, 02 mai 2025 (Ecclesia) – Os mais de 180 cardeais presentes em Roma debateram hoje, na oitava reunião (congregação) geral pré-conclave o impacto da crise de abusos sexuais e de escândalos financeiros, na Igreja.

“Várias intervenções destacaram a urgência de comunicar o Evangelho de forma eficaz em todos os níveis da vida eclesial, desde as paróquias até à Cúria, lembrando que o testemunho do amor mútuo é o primeiro anúncio, como recorda o Evangelho. Foram também evocados alguns elementos de contratestemunho, como os abusos sexuais e os escândalos financeiros”, indicou a sala de imprensa da Santa Sé, em nota enviada aos jornalistas.

O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, referiu que estas questões foram abordadas como “uma ferida” que está “aberta”, para que “permaneça viva a consciência do problema e se possam identificar caminhos concretos para a sua cura”.

Durante a manhã, 25 cardeais tomaram a palavra para apresentar a sua posição relativamente ao “futuro da Igreja”.

“Foi salientado que a evangelização era o coração do pontificado do Papa Francisco: uma Igreja comunhão fraterna e evangelizadora, capaz de falar sobretudo às gerações mais jovens. Foi dada especial atenção às Igrejas do Oriente, marcadas pelo sofrimento, mas também por um forte testemunho de fé”, indica a sala de imprensa da Santa Sé.

Os intervenientes abordaram ainda a “continuidade entre os pontificados de São João Paulo II, Bento XVI e Papa Francisco, bem como o papel da Eucaristia, também na missão evangelizadora da Igreja”.

Além das reuniões (congregações) gerais de cardeais, para preparar a eleição pontifícia, decorrem também no Vaticano as Missas em sufrágio de Francisco, no período de luto de nove dias que se prolonga até 4 de maio.

“O seu trabalho quotidiano era a sua resposta ao amor de Deus, era a expressão da sua preocupação pelo bem dos outros”, disse o cardeal Víctor Manuel Fernández, até agora prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, esta quinta-feira, na Basílica de São Pedro.

O cardeal argentino presidiu à sexta Missa dos ‘novendiali’, destacando que o trabalho marcou toda a vida de Jorge Mario Bergoglio e o “amor do Papa Francisco por São José, esse trabalhador forte e humilde, esse carpinteiro de uma pequena cidade esquecida, que cuidava de Maria e de Jesus”.

A cerimónia de entrada no Conclave e o juramento para a eleição do Papa vão decorrer às 16h30 (menos um em Lisboa) de 7 de maio.

OC

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