Comunidades africanas rezaram em Fátima por África

Guiné-Bissau em destaque na peregrinação anual ao Santuário

Numa organização da Capelania dos Africanos do Patriarcado de Lisboa, a comunidade africana em Portugal peregrinou no dia 7 de Agosto ao Santuário de Fátima. Sob o lema «Santa Maria Mãe de Deus, rogai pelo continente Africano!» largas centenas de pessoas trouxeram a este santuário os sons, as cores e as tradições dos povos africanos, num saudável convívio entre cultura e fé católica. Presidiu à peregrinação o bispo guineense de Bissau, D. José Camnate.

 

“É bonito estarmos aqui no Santuário de Fátima, fiéis africanos e não africanos, vindos de vários países, unidos pela mesma fé e pelo mesmo desejo de dar graças ao Senhor por tudo o que Ele fez pelo nosso continente”, anunciou D. José Camnate.

Pelas 13h00 foi celebrada a Eucaristia na Igreja da Santíssima Trindade. A todos foi transmitida uma nota de esperança, mas também foram relembrados os verdadeiros anseios dos povos africanos. “Temos muitas razões para rezarmos a Deus por intercessão da Virgem Maria que deste lugar sagrado, há quase um século, pediu conversão e penitência”, afirmou D. Camnate na homilia, acrescentando de seguida quais os principais desafios por que África ainda tem de passar: “eliminar a guerra”, “eliminar a doença, a sida”, “eliminar a fome e a pobreza”, o tráfico de droga e a exploração.

O principal pedido apresentado a Nossa Senhora foi “a paz para as nossas famílias, a paz para os nossos países”.

Nascido na Guiné e actualmente bispo de Bissau, D. José Camnate falou em particular do seu país e apelou todos os guineenses que se esforcem para evitar uma guerra civil como a de 1998-1999.

Após a celebração da Eucaristia, em declarações à Agência LUSA, D. José Camnate vincou a importância de se fazer ” uma radiografia completa, autêntica, da situação do país (Guiné) e que se invista em tudo quanto possa criar condições para que haja um diálogo sincero, para que se possam construir consensos que permitam pôr uma base sólida para uma vida política, social e económica capaz de dar ao guineense aquela tranquilidade e serenidade interior de que precisa para pensar no seu futuro”.

Em declarações à mesma agência, D. José Camnate afirmou que o povo guineense está a sofrer porque vive numa sociedade “ainda não bem organizada”, que não consegue fazer “emergir líderes carismáticos” nem criar um projecto de desenvolvimento “que leve cada guineense a sentir o desejo de contribuir para a realização desse mesmo projecto”. Sublinhou também que o eventual envio de uma força internacional de estabilização para a Guiné “não deve desviar a atenção” dos outros problemas do país.

(fotos da pererinação em www.fatima.pt)

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