Comunidade Vida e Paz: Festa de Natal com sem-abrigo abre portas a todos

Iniciativa marcada pelo tema da continuidade de «365 dias em dádiva»

Lisboa, 20 dez 2014 (Ecclesia) – A Comunidade Vida e Paz prossegue hoje com a festa de Natal para as pessoas sem-abrigo, na Cantina 1 da Cidade Universitária em Lisboa, após um primeiro dia centrado nas pessoas apoiadas pelas suas equipas.

António Quintas, com quatro anos de voluntariado, explicou à Agência ECCLESIA, que a Comunidade Vida e Paz “está de parabéns” uma vez que um dia dedicado a um convívio mais “pessoal” com a pessoa sem-abrigo assume uma grande “importância”.

“Convidar para almoçar, jantar ou passar um dia é uma experiência que não temos ao longo do ano. Não significa mudar a vida de ninguém, temos de ser realistas mas colocarmo-nos lado a lado, descobrir novas formas de mudança e alimentar uma esperança” desenvolveu.

Neste contexto particular, o voluntário que começou este serviço nesta mesma festa, observa que podem “encontrar uma fonte de esperança” para o novo ano.

Na mesma mesa estava o “Francês”, conhecido de António Quintas das rondas noturnas das carrinhas, destaca que na festa são “todos amigos” o que na rua nem sempre acontece, como explicou.

Conhece a CVP há seis anos e quem o conhece encontra-o em Alcântara, e ele agradece pela festa de Natal e por todos os serviços disponibilizados.

“É uma ajuda para as pessoas que não têm nada e fazem um bom trabalho. Há pessoas que não querem e outras precisam disso”, destacou o “Francês” enquanto esperava que lhe servissem o almoço.

O presidente do organismo católico que pertence ao Patriarcado de Lisboa explicou que esta novidade de dedicar o dia às pessoas apoiadas pelas equipas partiu da escuta atenta.

“As pessoas que estão situação de sem abrigo precisam do seu espaço, já não se revêm em grandes aglomerados”, sublnhou Henrique Joaquim.

Noutra mesa, Carlos Estrela, que conhece a CVP há quatro anos, é uma das pessoas habituais deste convívio.

“Há uma grande amizade. Gosto disto, é espetacular, sempre me dei bem e conheço-os a todos”, observou.

Com dez anos de voluntariado, o responsável pelas formações de fotografia da CVP, e pelo espaço fotografia na festa de Natal, assinala que a exposição “Enquadrar a Vida” expõe trabalhos de oito residentes dos centros e “foi um êxito”.

“A intenção era aumentar a autoestima usando uma câmara e resultou em pleno. A exposição é uma espécie de ex-libris em termos de experiência que pretendemos repetir”, acrescenta José Carlos Nascimento.

Para a 26ª festa de Natal da CVP estão inscritos 1255 voluntários que fazem turnos de três ou quatro horas mas, conforme a disponibilidade e as necessidades, podem dedicar mais tempo.

“Há uma envolvência e interligação perfeita em que queremos que haja alegria do Natal e convívio fraterno oferecendo amizade, amor, tendo em vista a esperança”, acrescentou ainda José Carlos Nascimento.

O exército confeciona as refeições e existem quatro pontos de recolha para a festa: Santa Apolónia; Arroios; Saldanha; Cais do Sodré e Parque das Nações.

Como noutras edições têm banco de roupa, cuidados de saúde e higiene, com banhos e este ano barbeiro, apoio jurídico, alimentação e animação.

No Espaço Aberto ao Diálogo uma equipa acolhe, motiva, avalia e orienta as pessoas para as estruturas da Comunidade ou outras instituições e serviços.

A festa da organização católica realiza-se pela 26ª vez e tem como lema «365 dias em dádiva»; no domingo, dia final, vai contar mais uma vez com o patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, a presidir à Eucaristia de encerramento.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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