Comunidade de Emaús vende para dar

Sem subsídios ou apoios do Estado, a realização das Feiras é uma forma de vender o que já não faz falta a alguns 2002 foi o ano de estreia das Feiras de Emaús, no Mercado de Ferreira Borges, no Porto. Uma iniciativa da Comunidade que vende para dar. Sem subsídios ou apoios do Estado, a realização das Feiras é uma forma de vender o que já não faz falta a alguns, mas pode ajudar muita gente, directamente quem usufrui do produto, ou através do dinheiro que reverte para as actividades que a Comunidade de Emaús desenvolve. As feiras são uma forma de divulgação do Movimento de Emaús, dos objectivos, vivências, e por isso “são uma forma de podermos organizar e apoiar projectos mais audazes”, aponta à Agência ECCLESIA, Conceição Gonçalves, Presidente da Associação Emaús Caminho e Vida, no Porto. Móveis, roupa, objectos vários para decoração, livros, brinquedos, rendas, tecidos ou botões, até mesmo um automóvel, uma mota ou bicicletas passaram pela montra da Feira que cerca de 500 visitantes diários puderam adquirir. No dia em que organizaram uma passagem de modelos, onde juntaram em cima do palco pessoas de todas as idades a desfilar 1001 peças da moda Emaús, com coreografia e roupas que iam desde os anos 20 até aos nossos dias”, conta, acrescentando que os modelos eram de todas as idades. “Foi uma grande festa”. Este ano a Comunidade de Emaús quer dar forma a um sonho recente. A comunidade portuguesa quer iniciar o projecto da “Casa de Emaus, Abbé Pierre”, destinada a pessoas idosas, mais voltada para os que estão na comunidade mas que precisam de maior repouso”, aponta a Presidente da Associação Emaús Caminho e Vida. Trata-se de uma homenagem ao fundador da Comunidade de Emaús, Abbé Pierre que faleceu este ano. Os esforços estão a iniciar-se agora, mas corresponde a um forte desejo da comunidade e “a uma necessidade que sentimos para dar descanso a quem precisa”. As lojas de solidariedade que dispõem em Lisboa e no Porto, são um ponto de ajuda a quem precisa, onde muitas pessoas pobres, “que não têm meios” vão pedir ajuda. Conceição Gonçalves explica que “às vezes oferecemos muitos produtos, porque as pessoas não têm dinheiro, outras vezes querem mesmo contribuir com algumas coisa, porque também gostam de se sentir valorizadas”. Para além deste sonho a desenvolver da criação da Casa Emaús, Abbé Pierre, os lucros das vendas revertem directamente para o apoio das casas da Comunidade, onde, só no no Porto, acolhem nove pessoas que viviam nas ruas. Duas vezes por ano, espera-se para breve a próxima Feira no Mercado Ferreira Borges.

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