Paulo Rocha, Agência ECCLESIA
A eficácia da comunicação depende muito da bancada da oposição. Alimenta-se num ping-pong de ideias, argumentos e contra-argumentos que passa por cenários muito diversos. De facto, não são só as discussões parlamentares que se alimentam dessa lógica mediática. Ela sustenta diálogos na praça pública, debates em associações locais ou com emissões globais, controvérsias feitas para entreter e ainda mais as contestações entre adeptos de clubes com cores diferentes.
Quando a comunicação é institucional, procurar a eficácia e a emoção mediática, ou seja a audiência, a partir das reações que possam surgir na bancada da oposição pode não ser a melhor opção. Porque, de facto, a bancada da oposição não existe! Existe um público que é preciso conhecer, que se tem conquistar pela credibilidade, verdade e transparência e com o qual é necessário saber construir uma comunidade.
Considerações feitas a propósito da comunicação na Igreja Católica, em análise nestes dias nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social. Erradamente feitas, talvez, porque se referem apenas a um público muito específico, mas no propósito de envolver todos os públicos na urgência da comunicação quando em causa está a evangelização.
Parcerias, sinergias, trabalho em rede, partilha de recursos e de conteúdos… Desejos, ideias que raramente se transformam em projetos. Mas permanece a vontade de que assim seja entre todos os que coordenam setores da comunicação em diferentes estruturas eclesiais porque esse é o objetivo é certo e sabido, “apenas” falta descobrir o caminho para lá chegar.
Colocado o tema novamente na agenda, os diálogos realizados, os debates provocados e os encontros efetuados motivam o compromisso com o desafio da comunicação na Igreja Católica numa atitude de proximidade, de escuta e de irrenunciável e permanente ligação à História que tem sustentado todas as aventuras de comunicação a comunicação há dois mil anos: o Verbo, a Palavra, Jesus Cristo.
Num ambiente digital, a comunicação vive ainda mais de histórias, momentos, imagens que quase sempre se veem apenas vez. E poucas instituições têm a garantia de que a mesma Imagem resulta quando comunicada muitas vezes como a Igreja Católica: os rostos de Jesus. Neste compromisso, os comunicadores, os evangelizadores, estão todos do mesmo lado, sem bancada da oposição.