Jornalista na Agência ECCLESIA recorda reportagens e programas que marcaram 15 anos de encontros
Lisboa, 23 ago 2023 (Ecclesia) – Sónia Neves, jornalista da Agência ECCLESIA, recorda da experiência de quase 15 anos, os muitos encontros e entrevistas que realizou, na procura de encontrar os “rostos de uma vida feliz”, marca dos programas de rádio na Antena 1.
“Quando em outubro de 2009, aqui cheguei para iniciar o projeto da presença da Igreja católica na Antena 1, já era apaixonada pela rádio. Fazia alguma coisa na rádio Terra Nova, em Aveiro, e este projeto novo que fomos construindo, sonhando com o padre António Rego e o Paulo Rocha, foi dando o mote da «vida feliz», que nos acompanhou durante vários anos, deu uma continuidade que eu já queria para mim”, conta a jornalista.
Quase 15 anos depois de jornalismo, Sónia Neves vai iniciar um novo projeto “familiar”, procurando privilegiar uma vida “com tempo e em família”.
“Foi sendo muito ponderado, para fugir da falta de tempo que me causa aflição. Surgiu uma oportunidade de fugir de Lisboa e ir viver para o campo, para uma pequena aldeia. Algumas pessoas, quando souberam, alguns disseram-me que eu ia fazer comunidade. Vai dar-me uma vida de maior comunidade, ter tempo para a família, e essa é a prioridade, para estarmos e fazer coisas em família. A vida de cidade e de Lisboa limita-nos e enquanto há esta boa circunstância de nos encaminharmos na mesma linha, vamos todos juntos”, conta.
Convidada a revisitar 15 anos na redação da Agência ECCLESIA, Sónia Neves tem dificuldade em eleger uma história ou um momento: “São muitos, felizmente”.
“Entrevistas feitas em estúdio, mas também em bancos de jardim, dentro de carros; recordo uma reportagem sobre o início de uma igreja, onde havia uma angariação de fundos e eu fui entrevistar a senhora da cozinha, debaixo do vão de escada; também num barco, em tantas igrejas e sacristias, mas deixa-me recordar também um programa de televisão feito num cemitério, ou com bombeiros, ocasião em que fiquei com maior reconhecimento pelos soldados da paz”, recorda.
Um encontro de alunos de Educação Moral e Religiosa católica desafiou a jornalista para uma entrevista no cimo da torre, onde era necessário, depois, descer num slide, mas também descobrir a forma como “contar a recuperação de vidas”, em torno de uma reportagem da Comunidade Vida e Paz, são momentos que elege.
No tempo de pandemia Sónia Neves foi responsável pelos «Momentos F5», em conversas “muito interessantes” com jovens que viviam a pandemia e o confinamento, com vidas paradas, e até hoje mantém contactos com alguns desses intervenientes; também em outubro de 2020 foi possível ir ao encontro, em formato digital, dos missionários que desenvolviam a sua missão em todo o mundo.
Em agosto de 2022, Sónia Neves acompanhou várias bandas filarmónicas, que regressavam ao ativo depois da pandemia: “São esquecidas tantas vezes no mundo da música e merecem ser destacadas: é um trabalho de comunidade e de ensino muito importante”, destaca.
Este ano, Sónia Neves elege o acompanhamento da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023.
“Eu nunca tinha participado em nenhuma, penso que nunca estamos preparados para o entusiasmo, para as ruas repletas, para o Papa a colocar de lado o papel do discurso, mas também para os encontros que tivemos durante os dias. Somos privilegiados na arte do encontro, vamos a algum lado para encontrar pessoas. Na JMJ isto aconteceu-me. Esta é a marca da JMJ para quem procura contar a outros o que está a acontecer. E em todo o meu percurso de jornalista é este encontrar, chegar ao outro, e contar uma história. Chegou-me uma alegria muito contagiante de jovens muito comprometidos”, valoriza.
Com uma mudança no seu percurso, Sónia Neves vai também em busca do silêncio da vida no campo.
“Eu preciso de tempo, do silêncio e contemplação. E este tempo não me assusta. Acho que o vou usar para aquilo que sinto falta em Lisboa: estar. E o campo vai permitir-nos ter espaço para receber amigos. Receber e estar à mesa é a minha cara, porque é assim que a minha vida se tem construído, de encontros e partilhas. A vida faz sentido nos encontros e partilhas, porque só assim aprendemos e vivemos. E essa é a riqueza que levo na vida. Com uma família de quatro pessoas a viver numa aldeia, vão surgir coisas bonitas”, confia.
A vivência em Igreja, o envolvimento na pastoral juvenil da diocese de Aveiro, o marco que peregrinar a Santiago de Compostela tem na sua vida familiar, são ainda temas de conversa com Sónia Neves, que pode acompanhar esta noite no programa ECCLESIA na Antena 1, pouco depois da meia-noite, depois disponível no portal da Agência ECCLESIA e no podcast «Alarga a tua tenda».
LS