Comunicação: «Tenho muita esperança que em Portugal nasçam mais comunicadores da fé» – Carolina Berlim

Jovem portuguesa que integrou formação de nove meses do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, sobre «Comunicação da Fé no Mundial Digital» olha com otimismo para o espaço que a Igreja católica está a dar aos jovens 

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 12 fev 2025 (Ecclesia) – Carolina Berlim, que integrou uma formação de nove meses do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, sobre «Comunicação da Fé no Mundial Digital», afirma a esperança de que em Portugal surjam mais “comunicadores da fé”.

“Tenho muita esperança que em Portugal nasçam mais comunicadores da fé. Somos um povo muito trabalhador e muito criativo, e tenho muita esperança de que muitos bons frutos possam surgir a partir destas oportunidades que o Vaticano tem proporcionado aos jovens”, explica à Agência ECCLESIA a portuguesa de 27 anos, que integrou um grupo de 16 jovens, de diversos países.

No programa de formação, o projeto da jovem portuguesa baseava-se na colaboração com a Biblioteca Apostólica Vaticana, cujo objetivo era criar uma estratégia de comunicação e uma nova proposta de um novo ‘design’ para o website.

Na sequência deste programa, Carolina Berlim explica que foi convidada, em conjunto com outra jovem do Líbano, para fazer parte do grupo 3 do Sínodo, que reflete sobre o mundo digital.

“Este grupo é constituído só por antigos alunos deste programa. Portanto, há mesmo uma mesa para nós, dedicadamente a nós e foi-nos pedido também que pensássemos as perguntas da Assembleia numa perspetiva jovem e para os jovens”, indicou.

A jovem, que integra o Departamento de Comunicação da Província Portuguesa dos Jesuítas, onde colabora com o portal Ponto SJ, dá conta de uma realidade juvenil capacitada para pensar a comunicação e do espaço que a Igreja está a criar para que isso aconteça.

“Sei que há outros que também têm ideias, mas que não sabem operacionalizá-las; sei que há outros que não sabem que esta realidade existe, que a Igreja tem estas vozes e esta disponibilidade para ouvir os jovens”, indica.

Formada em Multimédia a trabalhar em ‘design’ gráfico, ‘motion design’, fotografia e vídeo, Carolina Berlim reconhece que no mundo digital “aprende-se a fazer, fazendo” e que esta forma não é a habitual nos caminhos comunicacionais da Igreja, mas indica a centralidade de novas linguagens da Igreja no mundo digital no seu processo pessoal.

“O que foi mais relevante para mim, a nível de caminhada de fé, não foi propriamente as iniciativas da Igreja ou da Santa Sé, mas iniciativas de missionários digitais – pessoas que, pelas suas próprias mãos, pelas suas próprias ideias, começaram a fazer projetos que ganharam alguma dimensão”, indica, exemplificando a «Hallowapp», uma página católica de origem norte americana.

“Com esta ‘app’ percebi que a Igreja não é só ‘designs’ antiquados de cartazes à porta da Igreja, feitos em ‘paint’, mas pode ser uma coisa bonita, desenvolvida, bem pensada. Esta app tem vários podcasts, várias reflexões, muito acessíveis mas muito profundas”, explica.

A formação ao longo de nove meses culminou com uma residência de uma semana no Vaticano e Carolina Berlim, convidada a revisitar o percurso fala na descoberta de “comunicadores da fé”.

“A primeira coisa que eu aprendi é que a comunicação é uma vocação em si e, por isso, tem que ser levada a sério, não como uma profissão, não como uma tarefa, mas como uma vocação, com todas as dimensões que uma vocação pode ter, inclusive a nível espiritual”, sustenta.

No caminho da sua história pessoal, e após a vivência formativa junto da Santa Sé, Carolina Berlim dá conta de estar a consolidar a sua “vocação como comunicadora”.

A conversa com Carolina Berlim pode ser acompanhada esta noite no programa ECCLESIA, emitida na Antena 1, pouco depois da meia-noite, e disponibilizada no podcast «Alarga a tua tenda».

LS

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