Igreja/Comunicação: Boas práticas setoriais inspiram um projeto de âmbito nacional

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Programa Ecclesia, na Antena 1, apresenta durante esta semana cinco projetos

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Lisboa, 11 abr 2018 (ECCLESIA) – O programa ECCLESIA, emitido na Antena 1 às 22h45 de segunda a sexta-feira, apresenta durante esta semana projetos de comunicação na Igreja Católica em Portugal, nomeadamente na Diocese do Algarve, Angra, Braga, Setúbal e na Agência ECCLESIA.

O tema da comunicação na Igreja Católica em Portugal faz parte da agenda de trabalhos da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa e foi abordado pelo presidente da CEP no discurso de abertura, afirmando a necessidade de pensar este setor a partir da “sociocultura atual”.

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“Teremos de corresponder à sociocultura atual, que tanto inclui a pluralidade das abordagens como requer a definição dos interlocutores, no essencial da respetiva mensagem e na precisão dos posicionamentos”.

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Algarve: Cuidados a ter

O padre Miguel Neto, diretor do Gabinete de Informação da Diocese do Algarve, valorizou o trabalho de comunicação através do portal na internet www.diocese-algarve.pt e e a relação de confiança mantida com os jornalistas.

A maior dificuldade que Gabinete de Informação da Diocese do Algarve enfrentou foi de dar a conhecer a sua utilidade e o seu objetivo perante os vários setores da pastoral da diocese.

“A grande dificuldade partiu de dentro. Atualmente já se habituaram a ligar a dizer alguma coisa e informar e até numa situação de crise pedem-me indicações, já não há desconfiança”, revela o padre Miguel Neto, que coordena uma equipa de várias pessoas ligadas a diversas áreas, desde a comunicação ao direito.

Olhando a comunicação da Igreja em Portugal o sacerdote revela que tem de haver alguns cuidados se a realidade avançar para um departamento de comunicação central.

“Podemos questionar se um departamento central tem a obrigação de falar de um acontecimento de uma diocese, quando um bispo tem autonomia para abordar o assunto da maneira que quiser”, lembrou.

Para o padre Miguel Neto, um serviço de comunicação na CEP “tem de partir do respeito pela autonomia que cada diocese, mas poderá ter um papel fundamental na explicação e desconstrução da linguagem eclesial”.

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“Há já uma ótima relação com todos, têm respeito pelo nosso trabalho e essa é a chave dessa boa relação. Depois há a vantagem do gabinete ter surgido em 2008 e, em dez anos, conhecemos bem as pessoas! Já há uma relação de confiança: os jornalistas sabem até onde podem ir e eu sei o que lhes posso pedir” 

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“Estou convencida podemos concretizar este desígnio maior de comunicar a Igreja. Mas antes temos de arrumar a casa e definir que agenda temos, o que é que queremos comunicar e de que forma o queremos fazer. E a partir daí definir uma estrutura central que representa a  Conferência Episcopal Portuguesa do ponto de vista da comunicação e pensarmos como é que as dioceses podem colaborar com esta estrutura e ao mesmo tempo beneficiar dela”.

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Angra: Comunicar é partilhar

Carmo Rodeia, colaboradora do portal Igreja Açores, afirma a necessidade de fomentar um trabalho em rede, com maior partilha de informações e meios.

“A partilha de informações, também de meios humanos e técnicos, só se pode concretizar em rede”, referiu.

Carmo Rodeia adianta ainda que um gabinete de comunicação na Conferência Episcopal Portuguesa “faz muita falta”, acrescentando que é necessário identificar o conteúdo a comunicar.

Carmo Rodeia acrescentou que a comunicação na diocese de Angra tem a “preocupação de ter uma manchete todos os dias no portal Igreja Açores” e em “tempo útil para ser integrada nos jornais” e assim “chegar ao maior público possível”.

“Este portal nasceu para colmatar a lacuna de os jornais diocesanos terem fechado”, sublinhou.

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Braga: Uma estratégia comum

O diretor do Departamento Arquidiocesano para as Comunicações Sociais, padre Paulo Terroso, considera que tem de ser implementada uma “estratégia comum” na comunicação da Igreja em Portugal.

“É necessário e urgente um departamento ou gabinete de comunicação da Conferência Episcopal que monitorize o que está a acontecer e tenha uma relação com os vários departamento de comunicação diocesanos”, afirmou.

O sacerdote coordena diariamente a equipa do Departamento Arquidiocesano para as Comunicações Sociais mas também tenta ter uma “relação direta e fluída com os jornalistas que tratam a matéria religiosa”.

O Departamento Arquidiocesano para as Comunicações Sociais está ao serviço da arquidiocese, mas “tem um rosto concreto que é o arcebispo com quem a relação é de proximidade e diálogo permanente”, e tem um ritmo imposto pelo suplemente do jornal arquidiocesano, Igreja Viva, publicado em cada quarta-feira.

Além disso a arquidiocese de Braga também marca presença nas várias redes sociais, como uma forma de proximidade.

“Usamos o Facebook e o Instagram, e o D. Jorge está também no Twitter, sentimos que as redes sociais colocam-nos em proximidade e diálogo, colocam-nos numa praça pública”, afirma.

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“É necessário coordenar essa comunicação e ter uma estratégia comum. Alguém tem de fazer este trabalho, é fundamental” 

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“O papel do bispo foi pedir que houvesse a promoção e conhecimento da realidade eclesial contando com a colaboração de todos e isso foi essencial. Recentemente constituimos também o conselho diocesano de comunicação, um grupo de consultores que ajudam a pensar a estratégia de comunicação na diocese” 

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“Talvez uma plataforma que nos reunisse, nos pusesse a falar uns com os outros e a partilhar as boas práticas de cada gabinete de comunicação”

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Setúbal: A sinergia pode ser um caminho

Anabela Sousa está há um ano à frente do gabinete de comunicação de Setúbal, que tem no portal  da diocese a principal ferramenta de comunicação.

“Neste momento é a única ferramenta de comunicação e para ali canalizamos tudo, com o contributo de todos os agentes interveniente no processo, uma rede de voluntários nas paróquias e secretariados que nos fazem chegar a informação”, refere.

No início não foi fácil a implementação deste gabinete coordenado por uma leiga mas a ajuda do bispo diocesano, D. José Ornelas, foi decisiva na mudança de mentalidades e sensibilidades.

De Setúbal para a realidade nacional, Anabela Sousa sente que “há uma grande disparidade” de projetos e experiências, sentindo que “cada um está fechado sobre si mesmo, havendo pouca partilha”.

“Há coisas que são comuns e podia-se partilhar mais para o bem da Igreja em Portugal”, referiu a responsável pela comunicação na Diocese de Setúbal, adiantando a necessidade de desenvolver parcerias, a nível de conteúdos e de meios.

A responsável pelo gabinete de comunicação da diocese de Setúbal sente também a necessidade de um gabinete da Igreja ao nível nacional.

“Há essa necessidade porque é preciso cuidar da imagem da Igreja para fora e o contacto com os jornalistas que estão de fora não se pode descuidar”, defende.

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Agência ECCLESIA: As notícias são essenciais

O diretor da Agência ECCLESIA considera que o estilo de comunicação de uma agência de notícias é propício para que a comunicação do religioso passe para o maior número de públicos, “fazendo notícias de forma interpretada, com linguagem descodificada e sem considerações ou juízos valorativos”.

A Agência ECCLESIA produz e distribui notícias no portal www.agencia.ecclesia.pt, em texto, áudio e vídeo, e assegura a produção dos programas Ecclesia que são emitidos na RTP2 e na Antena 1.

Desafiado a analisar a necessidade de um serviço de comunicação na Conferência Episcopal Portuguesa, Paulo Rocha referiu que é necessário criar uma “referência” para os media e assegurar a assessoria de imprensa necessária às instituições.

“A ideia seria dotar a Conferência Episcopal de um serviço de comunicação para que os meios de comunicação social tenham um serviço de referência, sem calar as outras fontes, ter um serviço para os media ou outras pessoas que queiram contactar; é um tema que preocupa e vão-se procurando respostas”, afirma.

Paulo Rocha adianta ainda que poderia ser uma “secretaria para a Comunicação” à semelhança do que acontece no Vaticano.

A comunicação da Igreja em Portugal é o tema para a conversa no programa Ecclesia na Antena 1, da rádio pública, durante esta semana, pelas 22h45, ficando disponíveis depois em www.agencia.ecclesia.pt.

SN

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