Comunhão para a Missão

Iniciamos o Ano Pastoral em Outubro Missionário, que culmina no Dia Mundial das Missões. Evocando o cinquentenário da Encíclica Fidei Donum, o Papa Bento XVI relança o apelo à missão universal da Igreja: Todas as Igrejas para o mundo inteiro. Já se falou da missão como «salvação das almas» e também como «implantação da Igreja»; hoje, acentua-se a perspectiva da missão como sementeira dos valores do Reino. Em terras longínquas, ao pé da porta e portas adentro. Trata-se, ao fim e cabo, de propor e transmitir a fé na sociedade actual. Em rápida mudança, a exigir «nova evangelização», que será nova, na medida em que tiver em conta as condições de vida dos destinatários. O que implica melhor conhecimento e maior compreensão da sociedade, em que vivemos. Não em termos genéricos, mas na vida concreta das comunidades paroquiais. O sujeito da missão é a Igreja local, que acampa no meio das casas dos homens, através da paróquia. Que não pode, portanto, isolar-se do ambiente circundante. Tem de «se fazer ao largo», para o mar alto da vida humana e aí ser fermento dos valores do Reino. 1. Semana da Diocese A Semana da Diocese, de 4 a 11 de Novembro, será ocasião propícia para assumir de novo e de forma actual este compromisso missionário, de que a Eucaristia é fonte e ápice. É o sentido do tema do Congresso Eucarístico Internacional de 2008, que inspira a caminhada pastoral deste ano: A Eucaristia, dom de Deus para a vida do mundo. «A despedida, no final de cada Missa, constitui um mandato, que impele o cristão para o dever de propagação do Evangelho e de animação cristã da sociedade» (Mane Nobiscum Domine, 2004, 24). o Pão que Eu hei-de dar é a Minha carne, que Eu darei pela vida do mundo (Jo 6, 51). Com estas palavras, Jesus revela o sentido profundo do Mistério Eucarístico, verdadeiramente acreditado, dignamente celebrado, devotamente adorado e intensamente vivido. A espiritualidade eucarística, a ser autêntica, deve ter impacto no tecido social, em que está inserida a comunidade cristã. 1.1 – O que requer, além do resto, uma análise cuidada e objectiva da realidade social da paróquia. Para ver de quem é que nós cristãos, concretamente, «nos fazemos próximos». Os Conselhos Pastorais Paroquiais, a reactivar e renovar, farão uma primeira abordagem nesse sentido, durante a Semana da Diocese. Trata-se, na prática, de implementar os «objectivos a médio prazo» das Orientações Diocesanas de Pastoral 2007/08, concentrando-nos na alínea a): «Análise da situação humana e social da Paróquia» (p. 11). Depois, no seguimento do Ano Pastoral, os Conselhos Pastorais Paroquiais prosseguirão nessa análise, procurando responder aos requisitos da alínea b) ( Advento) e da alínea c) (Quaresma), para que os Conselhos Pastorais de Ouvidoria/Ilha possam elaborar a síntese final e de conjunto. a enviar ao Prelado diocesano (Tempo Pascal). 1. 2 – Ainda na Semana da Diocese, terão que se reunir também os Conselhos Paroquiais para os Assuntos Económicos, para fazerem o ponto da situação acerca da aplicação do novo Regulamento sobre a Administração dos Bens Eclesiásticos. Para que seja realmente instrumento de comunhão eclesial, este novo Regulamento tem de ser bem compreendido e rigorosamente aplicado. Por aqui passa o sentido de Igreja e a comunhão eclesial efectiva, que implica a partilha de bens. Nesta perspectiva, os ofertórios das Missas, no fim-de-semana 3-4 de Novembro, destinam-se aos serviços centrais da Diocese. Por isso, como já foi informado, o ofertório em favor do Seminário é deslocado para a Quinzena Vocacional. Lembro igualmente que a partilha, no seio do Presbitério, se realiza por ocasião da renovação anual do Cartão de Identidade Sacerdotal. 2. Dia da Igreja Diocesana A Semana da Diocese começa a 4 de -Novembro, Dia da Igreja Diocesana. Nesse dia, estarei em Roma, juntamente com os Bispos portugueses, em visita «ad Limina Apostolorum». Celebrarei, pois, o Dia da Igreja Diocesana junto do Papa, que preside na caridade à comunhão da Igreja Universal, que é a comunhão entre todas as Igrejas locais. Comunhão para a missão, que terá expressão celebrativa no Dia da Igreja Diocesana. Assim, cada Ouvidoria/Ilha promoverá uma celebração própria, envolvendo as paróquias, com os seus grupos e serviços, movimentos e comunidades religiosas. A unidade pastoral Ouvidoria/Ilha é decisiva para viver e fomentar esta comunhão eclesial afectiva e efectiva. Além dos aspectos programáticos e organizativos, não podem faltar momentos de celebração da fé comum, que a todos compromete na mesma e única missão. Como é o caso do Dia da Igreja Diocesana. 3. Comunhão para a Missão A missão é de toda a Igreja, Povo de Deus, na diversidade de ministérios e carismas. Não é exclusiva, nem propriedade de ninguém. Não se delega. É obrigação de todos os baptizados, na diversidade de ministérios e carismas. O Dia da Igreja Diocesana e a Semana da Diocese são momentos fortes, para celebrar esta comunhão para a missão, assumindo decididamente as suas implicações práticas na actuação pastoral. A Igreja é «casa e escola de comunhão». Não simplesmente para o bem-estar da comunidade e dos seus membros. É para evangelizar o mundo, caminhando «juntos» (syn-odós). A «sinodalidade» caracteriza o modo de viver e de actuar da Igreja. Para caminhar «juntos», é preciso celebrar «juntos» a fé, analisar «juntos» a realidade, discernir «juntos» as urgências pastorais, programar «juntos» e agir «juntos». Que todos sejam um só…, para que o mundo acredite (Jo 17, 20)! Assim nos ajude a Virgem Maria, Mãe da Igreja! + António, Bispo de Angra

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top