Antena AEFJN Portugal promoveu avaliação à Cimeira das Nações Unidas sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
Numa sociedade marcadamente individualista, em que “há mil e um argumentos para nos abstrairmos dos problemas dos outros”, o compromisso assumido pelas Nações Unidas, ao traçar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), “é um sinal de esperança”.
Uma ideia partilhada pela AEFJN Portugal, em conjunto com a Comissão Episcopal da Pastoral Social, a Comissão Episcopal Justiça e Paz, a CIRP-JPIC, a Cáritas Portuguesa e o Desafio Miqueias.
Estas organizações de solidariedade social estiveram reunidas dia 27, no Seminário do Verbo Divino, em Lisboa, para avaliar a recente Cimeira das Nações Unidas sobre o futuro dos ODM.
Numa carta enviada à agência ECCLESIA, José Augusto Leitão, responsável pela Antena AEFJN Portugal, considera que o trabalho realizado pela ONU, desde que instituiu os ODM, em 2000, é um sinal de que “a indiferença e o egocentrismo foram vencidos pela solidariedade e entreajuda”.
Recorde-se que, há 10 anos, foram traçados 8 objectivos essenciais para reduzir, até 2015, os valores de pobreza e exclusão social no mundo para metade.
As metas envolvem o combate à pobreza extrema e à fome, fazer do ensino primário um bem universal, promover a igualdade entre homem e mulher, reduzir a mortalidade infantil e materna, combater doenças graves, como a SIDA e a malária, garantir a sustentabilidade ambiental e fortalecer uma parceria global para o desenvolvimento.
“A primeira reacção poderia ser o que temos nós, sociedade civil e Igreja, a ver com isto?”, diz José Augusto Leitão, respondendo a esta pergunta com a mensagem presente nas escrituras, na passagem do Génesis sobre Caim e Abel (Gn. 4, 9)
“É Deus que pergunta a Caim e pergunta a cada um de nós: ‘Onde está o teu irmão’?”, explica o responsável pela Antena AEFJN Portugal, acrescentando que “o desinteresse e a omissão pela sorte do outro podem ser assassinas. Somos de facto, guardas dos nossos irmãos e da integridade da criação”.
Nos países mais desfavorecidos, especialmente no continente africano, as metas traçadas pelos ODM continuam muito longe de serem atingidas.
José Augusto Leitão reforça a importância de cada cristão, e da Igreja em geral, procurar colaborar com esta causa. No que diz respeito à Antena AEFJN Portugal, aquele responsável refere que vão trabalhar para “influenciar as políticas nas relações comerciais entre Europa e África, para que a dependência e o subdesenvolvimento não se perpetuem”.
A Antena AEFJN Portugal reúne congregações religiosas e missionárias, femininas e masculinas que trabalham em África e na Europa.
Os seus principais objectivos passam pela difusão de informação sobre os problemas relacionados com a justiça em África e os efeitos da política europeia no continente africano; fazer recomendações aos institutos membros para mobilizar a opinião pública e organizar acções eficazes e influenciar positivamente as decisões da União Europeia que afectem a vida dos africanos.