Em tempos de crise, o presidente dos Institutos Missionários defende uma Igreja mais atenta ao próximo
A dedicação de 2010 como o Ano Europeu da luta contra a pobreza e a exclusão social deve conduzir cada cristão a “viver o mês de Outubro com uma atitude de empenho e compromisso para com os mais desfavorecidos e os últimos da nossa sociedade”.
Uma ideia defendida pelo padre Alberto Silva, presidente dos Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG). Numa altura em que a Igreja assinala o mês das Missões, aquele responsável não passa ao lado da situação difícil, em termos sociais e financeiros, que o país e o mundo atravessam.
Os últimos números, fornecidos pela Rede Europeia Anti-Pobreza, apontam para a existência de cerca de 2 milhões de pessoas a viverem em condições extremamente precárias, no nosso país, sendo que uma boa parte desse número diz respeito a crianças.
Na Europa, de acordo com os números fornecidos, são mais de 84 milhões (17 por cento da população) aqueles que (sobre)vivem abaixo do limiar da pobreza, confrontados com problemas como o desemprego, a falta de habitação e de outros meios de subsistência, a fome e a marginalidade.
“Neste momento presente em que vivemos mergulhados nesta crise financeira podemos ser tentados a olhar para nós mesmos e fecharmo-nos na indiferença” refere o sacerdote, considerando ser importante “sair, por amor, ir ao encontro do outro e da sociedade”.
O presidente do IMAG convida todos os cristãos a “viverem este mês na abertura e atenção ao outro”, contrariando a tendência em vigor no nosso tempo, onde “parece imperar a procura do próprio interesse”.
Levar o “rosto de Jesus aos outros, mesmo ao irmão mais pequenino”, com atitudes de inclusão e solidariedade, deve ser uma preocupação fundamental das “comunidades paroquiais, religiosas, de cada um de nós”, sublinha o padre Alberto Silva, que conclui confiando as comunidades cristãs a Nossa Senhora do Rosário, para que dê à Igreja um “novo vigor missionário”.