Componente religiosa na educação escolar

A propósito das matrículas na aula de EMRC De novo os pais e os alunos mais velhos são solicitados a fazer a sua matrícula nas aulas de Educação Moral e Religiosa Católica, para o próximo ano lectivo 2006/2007. Para quem está interessado num processo educativo sério e com repercussão na vida dos filhos ou na sua própria vida, não deveria ser necessário vir de novo recordar o tempo das matrículas e a importância da aula. Porém, acontece que a procura do mais fácil, as desculpas dos horários, os preconceitos não esclarecidos, os agentes que actuam impunemente em sentido contrário, acabam por vezes por ter mais influência nas decisões que os pais, dos encarregados de educação e dos próprios alunos interessados. Ainda recentemente recordei a notícia de que na Alemanha o governo fez um pacto educativo com as Igrejas e com os pais, para que a dimensão religiosa fosse uma componente indispensável na educação escolar, porque, concluía, sem a família e religião não é possível a transmissão de valores sérios e duradouros e com sentido para a vida do dia a dia. Também se pretende com esta aula reforçar e dar, através da transmissão de valores e de proposta de horizontes abertos, um sentido para a vida da nossa gente nova. E este objectivo, que neste ano sublinho com maior urgência, é de uma importância muito grande. Multiplica-se o número de jovens desinteressados da vida, não confiando na sociedade, vendo o futuro sem qualquer aliciante, deixando-se arrastar por formas de marginalidade social. É preciso dar razões de viver, de lutar, de procurar confiadamente. Estas têm de ser razões profundas, motivadoras, libertadoras. Só inspiradas numa dimensão religiosa esclarecida, o poderão ser de verdade. A aula de Educação Moral e Religiosa não é uma substituição da catequese, nem uma repetição da mesma. Enquadrada no sistema educativo, procura que as outras disciplinas, com a sua autonomia, sejam um enriquecimento existencial. Sê-lo-ão mais se forem orientadas por uma luz que lhes dá maior sentido. A síntese entre a cultura e a fé, leva à síntese entre a fé e a vida. Não desistimos de ter os nossos professores cada vez mais qualificados e inseridos activamente na comunidade escolar, para bem desempenharem a sua missão. Confiamos nos pais, nos alunos, na escola e nas políticas governamentais para que o contributo da aula de EMRC seja cada vez mais válido e determinante em todo o processo educativo. D. António Marcelino, Bispo de Aveiro

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Agência ECCLESIA

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