Elias Chacour, padre, árabe e israelita, publicou o livro “J’ai foi en nous – Au delà du désespoir” (“Tenho Fé em Nós – Para Além do Desespero”) onde apresenta uma reflexão sobre a situação em Israel e testemunha o seu compromisso de cada dia para tecer laços entre comunidades rivais convencido de que esses irmãos de sangue encontrarão os caminhos da reconciliação e da paz. Chacour, Director do Colégio “Profeta Elias”, foi um dos fundadores da Universidade árabe-judaica de Ibbilin, a primeira do género no Médio Oriente, que abriu as suas portas no mês de Outubro. “Talvez para vocês, europeus, a abertura de uma nova universidade seja um facto banal, mas para nós é algo decisivo porque queremos construir a paz a partir da escola e da instrução”, disse na altura. No seu livro, que é um testemunho, o Pe. Chacour demonstra que é possível, ao mesmo tempo, ter convicções profundas, dialogar com o adversário e defender acerrimamente um caminho pacífico para acabar com a violência. “Não há terra santa para mim, há apenas um povo que é necessário santificar. Uma terra não é muçulmana nem judaica, ela não pertence nem ao islão nem ao judaísmo”, escreve. Dos dois lados da barricada encontrou gente que amaldiçoa a guerra e deseja desesperadamente a paz: resolver os problemas através da violência mais não é do que uma miserável utopia.
