Comissão Episcopal da Mobilidade Humana aposta na sua reestruturação

Chegou ao fim o Encontro Nacional dos Secretariados das Migrações “Reestruturar” é a palavra de ordem na Comissão Episcopal da Mobilidade Humana, disse ontem o seu presidente, D. António Vitalino, que espera assim poder responder aos novos desafios desta área pastoral, seja na resposta aos imigrantes, seja aos emigrantes. As perspectivas para este sector da pastoral, que para muitas Dioceses continua a ser um tema menor, lamentou-se o padre Rui Pedro da Obra Católica das Migrações, mudaram muito nos anos mais recentes, quer na tipologia dos emigrantes que o nosso país continua a gerar, quer pelo facto de se ter tornado em terra de acolhimento de muita gente com confissões diversas. As pessoas que demandam Portugal ou aquelas que partem tem de ser vista positivamente, como alguém que contribui para o «crescimento e para o enriquecimento», social e mesmo cultural, frisou o Bispo que gostaria de ver na Igreja uma atitude de maior acolhimento que pudesse ser «impulso e dinâmica» de missionação, «não no sentido de proselitismo», mas de testemunha da fé que professamos. «Acolhimento e respeito pela diversidade» são dois vectores fundamentais para uma «convivência pacífica com os diferentes» e condição para a sua integração sem perda da identidade. D. António Vitalino pensa ainda que esta restruturação da Comissão Episcopal a que preside é necessária para poder mais organizadamente e estruturadamente ajudar as Igrejas que acolheram e acolhem os portugueses que partiram. Nesta reorganização há ainda sectores que terão de ser melhor entendidos e trabalhados já que estão sob a sua alçada, como é o caso dos marítimos e mesmo dos turistas. O Prelado quer criar estatutos e regulamentar a forma de responder às solicitações, definindo quem é quem, quais as tarefas e perante quem responde, além dos meios e recursos para a actuação concreta. Neste contexto há ainda lugar para a reflexão sobre como deve articular a relação entre a própria Comissão e os Secretariados Diocesanos. O Director da Obra Católica das Migrações adiantou ao Diário do Minho que há a pretensão de se multiplicar nas dioceses a celebração do “Dia dos Povos”, uma actividade que expresse a diversidade. Por outro lado, deverá ser reforçada a componente de formação dos agentes de pastoral deste sector, tendo deixado um apelo à participação nas iniciativas que vão sendo proporcionadas. O padre Rui Pedro, ao mesmo tempo que fez um balanço «positivo» deste encontro de Viana do Castelo, disse que o novo perfil da Comissão da Mobilidade Humana obriga a planificar e a fazer uma maior troca de informações, numa relação mais transparente com os Secretariados. Para este religioso ainda falta «dar espaço» aos imigrantes e nesse sentido entende que a Igreja pode e tem e fazer mais, integrando-os mesmo nas suas estruturas, porque muitos dos que chegam partilham a mesma fé. As outros deve continuar a oferecer, como algumas dioceses já fazem, espaços e condições para que as comunidade possam celebrar a sua fé e aprender com as suas especificidades.

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