Considero que o grande desafio que hoje se coloca à Renascença (e aos demais meios de comunicação social da Igreja) diz respeito às pessoas
Sonhada por Monsenhor Lopes da Cruz, a Rádio Renascença completa, em 10 de abril, 75 anos de serviço à Igreja e a Portugal.
A data merece festiva comemoração; mas aconselha, sobretudo, que se reflita sobre o presente e o futuro de uma instituição que não vive isenta de desafios, nem da tensão dos riscos.
Comemorando, a Renascença reconhece o entusiasmo lúcido de quem pensou a rádio como meio de intervir servindo; e reconhece, também, o esforço profissional e crente de quem desenvolveu a emissora católica, tornando-a uma referência incontornável no setor da comunicação social.
Refletindo, a Renascença reafirma a sua identidade, nem sempre percebida – quer pelos que se possam deixar contagiar pela erosão das convicções, quer pelos que não escondem o desconforto de encontrar no Evangelho a necessidade de ir a outros lugares ou almoçar com publicanos…
Sei, por experiência própria, como é difícil este caminho e fácil a imperfeição. Considero, por isso, que o grande desafio que hoje se coloca à Renascença (e aos demais meios de comunicação social da Igreja) diz respeito às pessoas. Ou seja, à necessidade de encontrar e formar quem seja capaz de transmitir fiel e credivelmente a Mensagem nas linguagens e tecnologias deste tempo; e o faça de coração aberto a quem desenvolve esforço idêntico, dando visibilidade corporativa a ações que, sendo embora individuais, não têm de ser individualistas!
Esta última afirmação remete-nos, contudo, para outro patamar, ainda que suportado em clara doutrina (Aetatis Novae, 17): «o trabalho dos meios de comunicação social não é só uma atividade complementar que se vem juntar à outras atividades da Igreja: a comunicação social tem, com efeito, um papel a desempenhar em todos os aspetos da missão da Igreja». Daí, a lógica advertência: «não é suficiente ter um plano pastoral da comunicação; é necessário que a comunicação faça parte integrante de todos os planos pastorais, visto que a comunicação tem, de facto, um contributo a dar a qualquer outro apostolado, ministério ou programa».
Padre João Aguiar Campos