Preocupação da CNASTI Os últimos dados sobre a realidade do trabalho infantil em Portugal são de 2001 mas ao “verificarmos que o abandono escolar é crescente podemos concluir que os números no trabalho infantil também estão a aumentar” – disse à Agência ECCLESIA Teresa Costa, Presidente da Comissão Executiva da Confederação Nacional de Acção sobre o Trabalho Infantil (CNASTI) que realizou, dias 12 e 13 de Setembro, em Ofir, uma reunião entre as organizações associadas, corpos gerentes e colaboradores. O trabalho infantil no mundo rural esteve no centro das atenções da CNASTI durante o ano de 2003. Como “não finalizámos os nossos objectivos sobre esta realidade no mundo rural teremos de dar continuidade às nossas acções de formação”. E avança: “ajudar os pais não faz mal nenhum mas trabalhar muitas horas antes de ir para a escola é prejudicial”. A necessidade e a “ignorância” são as causas deste problema porque desconhecem que “se os filhos forem cansados para a escola não têm o mesmo rendimento” – referiu Teresa Costa. Para além desta preocupação, ao longo de 2004 colocaremos também “as nossas atenções no trabalho domiciliário”. Uma actividade laboriosa dos filhos que teve origem na transferência do trabalho “das empresas para o domicílio”. E continua: “muitas vezes têm de cuidar dos irmãos para os pais trabalharem”. Perante estes dados “podemos concluir que o trabalho infantil não é uma realidade em vias de extinção” porque “o desemprego leva forçosamente ao trabalho infantil” – sublinhou Teresa Costa. Ao nível de actividades, a CNASTI programou também uma Assembleia Internacional de Crianças, em Foz Côa, de 21 a 23 de Novembro, que terá como tema “o Trabalho Infantil no Mundo Rural”. Nesse encontro será escolhida também uma criança que representará Portugal no Congresso Mundial de Crianças sobre o Trabalho Infantil, em Florença – Itália, de 10 a 16 de Maio de 2004.