Combater o isolamento para servir melhor

Terminou o V Simpósio do Clero O V Simpósio do Clero em Portugal, que reuniu mais de 400 aprovou hoje, dia em que termina a reunião, uma proposta de criação de equipas sacerdotais para servir várias paróquias, de modo a combater o isolamento e a falta de vocações religiosas. Estas equipas sacerdotais podem servir “várias paróquias” e permitem uma “maior comunhão” entre os padres, explicou D. António Santos, presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios. A proposta prevê que os sacerdotes vivam juntos, articulando o trabalho, embora cada um deles possa continuar responsável por uma ou mais paróquias. “Não é preciso que o padre viva na paróquia”, considerou o prelado, salientando que a “cooperação pastoral” irá também melhorar a qualidade da assistência religiosa aos leigos. Por outro lado, o envolvimento de outras estruturas da Igreja pode “ajudar a compensar as dificuldades” causadas pela diminuição das vocações de novos sacerdotes. No Simpósio do Clero, que esta semana decorreu em Fátima, participaram 417 sacerdotes e 31 bispos, que aprovaram um documento final onde se critica a vida isolada de cada sacerdote. “A vida em comunhão comporta sacrifícios, exigência, generosidade, doação, dedicação e paciência”, refere o documento, que propõe a criação de “unidades operativas de várias paróquias”, integrando vários padres, de modo a “superar o individualismo moderno e a tendência isolacionista de alguns sacerdotes”. Posição semelhante manifestou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, reconhecendo que a ausência de sacerdotes suficientes para que cada paróquia tenha o seu padre vai “exigir uma maior cooperação”, articulando “muitos serviços religiosos”. “A ideia que este padre é nosso ou da minha paróquia é um problema que está a ser ultrapassado”, considerou D. Jorge Ortiga, elogiando a decisão de muitas dioceses em implementarem uma “grande rotatividade” de funções dos seus sacerdotes. Transmissão de valores À margem do Simpósio D. Jorge Ortiga, afirmou que o Estado deve “procurar trabalhar na prevenção e não apenas na troca de seringas” sendo esta uma solução que não procura as causas, manifestando o “muito trabalho que há para fazer mostrando outros caminhos que não os caminhos da facilidade” afirma. A “transmissão de valores” e a “formação” das novas gerações são algumas das prioridades que a Igreja coloca à frente das soluções agora propostas pelo Governo. “A Igreja Católica condena os erros mas nunca condena as pessoas”, concluiu D. Jorge Ortiga, prometendo que os cristãos vão “continuar a trabalhar de forma muito próxima” das vítimas de toxicodependência.

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