Diminuição da participação nas missas dominicais é uma das preocupações da delegação nacional «Porquê transmitir a fé? – Seduzidos por Deus, fascinados pelo Evangelho» é o tema do 25.º Colóquio Europeu de Paróquias, que decorre na cidade belga de Mons, entre 5 e 10 de Julho.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o Pe. João Castelhano, responsável pelo secretariado nacional do encontro, descreveu os traços essenciais das paróquias portuguesas e explicou os objectivos da participação da delegação nacional.
O esforço para integrar os leigos na acção da Igreja e a diminuição de presenças nas missas dominicais são dois dos traços mais importantes das paróquias portuguesas.
Muitos sacerdotes têm procurado motivar equipas de leigos para trabalharem na catequese, grupos de jovens e na área da solidariedade, entre outros.
No que se refere ao decréscimo do número de pessoas que participa nas missas dominicais, o Pe. João Castelhano afirmou que se trata de um fenómeno causador de "preocupação" na Igreja.
Esta quebra não deve ser atribuída à mensagem cristã, que continua actual, como se comprovou com o interesse suscitado, durante o último ano, pelos escritos de S. Paulo.
Uma das causas desta diminuição consiste no facto de nem sempre as missas corresponderem às expectativas. Para aquele responsável, as pessoas exigem celebrações apelativas, "que não sejam apenas pró-formas, que não sejam apenas as cantigas bonitas, mas que tenham conteúdos que as façam sentir que valeu a pena estarem presentes".
Por outro lado, as solicitações para a ocupação dos tempos livres, especialmente ao fim-de-semana, sobrepõem-se à motivação para participar nas missas.
Objectivos da participação portuguesa
Face a esta realidade, é necessário pensar em novos modelos de transmissão da mensagem cristã, questão que já foi reflectida aquando do colóquio nacional de paróquias, que se realizou a 6 e 7 de Fevereiro, em Fátima.
A presença no encontro de Mons proporcionará a oportunidade de ouvir experiências de países onde, de acordo com o Pe. Castelhano, a secularização está mais avançada do que em Portugal.
Além de recolher a experiência dos participantes no colóquio, trazendo ideias que possam ser aplicadas nas paróquias do país, o grupo vai sensibilizar a Igreja para os benefícios de participações neste tipo de iniciativas. A delegação vai ainda tentar assegurar a vinda a Portugal de um dos peritos intervenientes nas conferências do encontro.
"Somos poucos"
A delegação nacional conta com seis pessoas, provenientes da diocese de Coimbra. Este número fica aquém das expectativas, tendo em conta que seria de esperar a presença de representantes de outras dioceses, no seguimento do último encontro europeu, realizado no Porto há dois anos. Mas diante da variedade de eventos que se aproximam, o Pe. Castelhano considera que "nem todos estão despertos para todo o tipo de realizações".
Até agora não são conhecidos dados que permitam avaliar a aplicação nas paróquias portuguesas das conclusões do encontro realizado no Porto.