Irmã Glória Narvaéz Argoty aponta que “não se conhece o sofrimento de quem dá testemunho de fé” e quer voltar à missão
Lisboa, 07 jan 2022 (Ecclesia) – A Irmã Glória Narvaéz Argoty foi libertada, depois de estar quatro anos em cativeiro às mãos de um grupo jihadista no Mali, e disse à Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (FAIS) “não se dá conta do sofrimento dos irmãos que dão testemunho de fé”.
“Muitas vezes, nós próprios, nem sequer nos damos conta do sofrimento que passam os nossos irmãos que dão testemunho da sua fé…”, afirmou a religiosa.
Ao fim de quatro anos e oito meses de cativeiro, às mãos de um grupo jihadista no Mali, a Irmã Glória Narvaéz Argoty regressou a casa, à sua Colômbia natal.
Foi no “dia 7 de Fevereiro de 2017, que um grupo de homens armados invadiu a casa das Franciscanas de Maria Imaculada em Karangasso, no sul do Mali, onde vivia, e a levou como refém”, documenta a FAIS.
“Foi uma oportunidade que Deus me deu para ver a minha vida, a minha resposta a Ele… uma espécie de êxodo”, refere a religiosa.
Durante todo este tempo, Glória Narvaéz Argoti lembrou-se muito de São Francisco, do seu exemplo, das suas orações de paz, de alegria, e ali a religiosa descobriu, “na companhia apenas de duas outras reféns, uma muçulmana e uma protestante”, uma serenidade que talvez não imaginasse ser possível naquelas circunstâncias.
No seu trabalho como missionária, a Irmã Glória viveu sempre num ambiente de tolerância e de respeito para com os outros, independentemente da religião que professassem.
O próprio trabalho da congregação no Mali era reconhecido e a relação com a comunidade local era excelente e nada fazia prever que a missão das franciscanas iria ser atacada por extremistas muçulmanos.
A consagrada encontra-se na Colômbia a “recompor-se da dura experiência em cativeiro algures no deserto no Mali” mas espera voltar à missão, porque o que conta é “ajudar as populações que mais sofrem procurando transformar as suas comunidades num pedacinho de céu”.
SN