Francisco propõe «novo começo» após «dilúvio» de conflitos, num discurso em Medellín
Medellín, Colômbia, 09 set 2017 (Ecclesia) – O Papa evocou hoje em Medellín, cidade-símbolo do narcotráfico, a “memória dolorosa” das vítimas da droga, apelando à “conversão” dos traficantes.
“Medellín traz-me essa memória, evoca tantas vidas jovens truncadas, descartadas, destruídas”, disse, perante milhares de pessoas reunidas na sala de espetáculos ‘La Macarena’.
Francisco falava para membros do clero e de institutos religiosos, acompanhados por familiares.
“Convido-vos a lembrar, a acompanhar este cortejo de luto, a pedir perdão para quem destruiu as ilusões de tantos jovens, pedir ao Senhor que converta o seu coração, pedir que acabe esta derrota da humanidade jovem”, apelou.
O Papa começou por recordar os jovens “mortos pelos assassinos contratados da droga”, encerrando esta parte improvisada do discurso com um momento de silêncio.
Francisco desejou um “novo começo” para a Colômbia, após mais de cinco décadas de guerra civil.
“Cabe-nos ser promessa dum novo início para a Colômbia, que deixa para trás um dilúvio de conflitos e violências, que quer produzir muitos frutos de justiça e paz, de encontro e solidariedade”, disse aos participantes no encontro que encerra o quarto dia de viagem ao país sul-americano.
O Papa pediu atenção às pessoas oprimidas pela “injustiça, a pobreza indigna, a indiferença ou pela ação perversa da corrução e da violência”.
O encontro contou com a presença das relíquias da Madre Laura, primeira santa colombiana, canonizada por Francisco em maio de 2013.
O pontífice pediu desapego de “interesses materiais” por parte de padres e religiosos, para que não se aproveitem da sua condição para obter benefícios.
“O veneno da mentira, da dissimulação, da manipulação e do abuso do povo de Deus, dos mais frágeis e especialmente dos idosos e das crianças não pode ter lugar na nossa comunidade”, advertiu.
Francisco deixou conselhos para os membros do clero e dos institutos religiosos, da oração à vida com alegria, com votos de “justiça e de paz”.
No final do encontro, o Papa segue para o aeroporto de Rionegro, donde regressa a Bogotá, sendo acolhido diante da Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé) por um grupo de consagrados, jovens recém-casados e casais que celebram bodas de prata e de ouro.
OC