Colocar Darfur na agenda política

16 de Setembro foi a data escolhida para o “Dia Global de Acção por Darfur”. Uma iniciativa que congregou alguma centenas de pessoas, em Lisboa, para apelar aos governos para que ajam “agora e ajudem a salvar milhares de vidas nesta região sudanesa” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. Valentim Gonçalves, um dos promotores da iniciativa. Para este sacerdote verbita, a população está “pouco informada sobre estas questões”. Os portugueses ainda vivem “muito dentro do nosso jardim”. Ao comparar as manifestações nos diversos países, o Pe. Valentim Gonçalves frisa que “existe uma maior movimentação” porque “têm outro tipo de formação e meios”. O Secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Carlos Azevedo, enviou uma mensagem sobre o drama de Darfur onde pede: “unimo-nos por isso a todos os que hoje imploram à diplomacia internacional para que congregue todos os meios em ordem a intervir e impedir que continue o extermínio, a violação básica dos direitos humanos. A força dos números do drama a ocorrer no Sudão abane os responsáveis das nações já que a pequenez dos interesses económicos não move as decisões”. Os transeuntes que circulavam naquela zona de Lisboa questionavam os presentes. “São questões que entram lentamente na vida das pessoas” – afirma do Pe. Valentim Gonçalves. No local os presentes tiveram oportunidade de subscrever uma petição à Presidência da União Europeia pedindo a inclusão da situação no Darfur na agenda da Cimeira UE/África, a petição sobre a entrada das forças de paz para envio às Nações Unidas ou a petição à Embaixada da China em Portugal. A tragédia da província sudanesa do Darfur arrasta-se desde Fevereiro de 2003. Em apenas cinco anos, morreram ali, vítimas da guerra, da fome ou da doença pelo menos 200 mil pessoas – os piores prognósticos apontam para 400 mil. Calcula-se que pelo menos 2,3 milhões tenham sido obrigadas a deixar as suas casas e a procurar refúgio em campos onde estão totalmente dependentes das Nações Unidas e organizações humanitárias. A situação humanitária do Darfur está a deteriorar-se cada vez mais com o aumento de deslocados, da violência contra agentes humanitários e dos casos de mal nutrição. Como obstáculo à solidariedade, o Pe. Valentim Gonçalves realça que o estilo de vida “muitas vezes luxuoso, dos responsáveis governamentais não ajuda estas acções”.

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