Colecção Medina volta ao Museu Pio XII

A Colecção Medina, que neste momento se encontra nos Claustros do Seminário de Santiago, vai passar a ocupar o primeiro piso do museu Pio XII. O espólio está à espera de ser transferido para um local condigno, uma vez que o actual é exíguo. A mudança está dependente de uma verba do Programa Operacional da Cultura. Segundo o director do Pio XII, cónego José Paulo Abreu, o legado do pintor Henrique Medina esteve, inicialmente, num salão grande, situado no piso térreo do museu. Entretanto, as peças tiveram de ser retiradas, porque colidiam com a filosofia museológica daquele sítio. Ou seja, não se enquadravam na lógica das exposições temporárias e definitivas previstas para aquela área. Por isso, a colecção passou para os claustros do Seminário, mas a intenção é arranjar um recinto mais amplo, onde possa ser devidamente exibida. Neste sentido, o espaço mais condizente é o primeiro piso do museu. A herança artística de Henrique Medina esteve fechada durante cerca de três anos – desde 1999 a finais de 2002, enquanto decorriam obras no museu diocesano. No entanto, esclarece o cónego José Paulo Abreu, existe um protocolo que prevê que todo aquele espólio esteja aberto ao público. Uma obrigatoriedade que o museu se propõe cumprir, embora não seja fácil conseguir um local com as condições adequadas para albergar 50 quadros e 20 retratos. De acordo com o cónego José Paulo Abreu, o museu diocesano, que completou ontem 20 anos de existência, recebe mais de 400 visitantes por mês. A maioria são escolas, que se deslocam de forma organizada e com marcação prévia. A pensar particularmente nos estabelecimentos de ensino foram programadas visitas guiadas e serviços educativos. Para além do interesse patrimonial e cultural, o museu funciona como espaço lúdico-pedagógico. Os alunos podem realizar diversos jogos, desenhos e outras actividades. A torre é uma das partes mais atractivas, talvez pela panorâmica que oferece. O padre José Paulo Abreu adianta que o Campeonato Europeu de Futebol não inflacionou a afluência. No mês de Junho, o acréscimo de visitantes foi insignificante. Os jogos absorveram por completo a atenção dos adeptos. Este ano, o museu, com o objectivo de cativar diferentes públicos, desenvolveu uma campanha junto das escolas e das paróquias da diocese. As primeiras responderam de forma muito positiva, ao contrário das últimas que se mostraram menos entusiasmadas. No caso das paróquias, foi lançado o repto aos párocos para que incluam na rota dos passeios de catequese e dos grupos corais uma passagem pelo Pio XII. A iniciativa não atingiu o sucesso esperado, pelo que o “convite” vai ser reiterado. José Paulo Abreu lembra que o museu também tem uma vertente pastoral e evangelizadora. Com o intuito de dinamizar aquele núcleo museológico, têm sido desenvolvidas algumas acções culturais. No âmbito do programa de animação para o Euro 2004, foram organizadas uma Feira Medieval e visitas a Braga Medieval e Braga do Renascimento. Além disso, o museu tem colaborado em outros eventos levados a cabo por outras entidades. Para o Cónego José Paulo Abreu, um museu só faz sentido se estiver aberto ao meio, à sociedade, às escolas e à cultura. De outra maneira, não cumpre a sua função formativa. Aquele responsável sustenta que está em curso o estudo das várias colecções, assim como a inventariação das peças, por especialistas das diferentes áreas (pintura, ourivesaria, pedra, numismática e outras). As informações vão sendo compiladas em suporte papel e digital. Algumas colecções virão também a constar em catálogo. As visitas ao museu Pio XII e Colecção Medina podem ser efectuadas todos os dias, excepto à segunda-feira, entre as 9h30 e as 12h30 e as 14h30 e as 18h00.

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Agência ECCLESIA

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