D. Virgílio Antunes presidiu à Eucaristia de encerramento, na Sé Nova
Coimbra, 22 fev 2016 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra afirmou na peregrinação jubilar do Arciprestado do Nordeste que o “mais certo” na fé de cada um é que Deus “nunca esquece, nem abandona” a “aliança” que fez com o seu povo e “mantém-se sempre fiel”.
“O que aconteceu segundo a história do Antigo Testamento, e o que acontece segundo a história de cada um de nós, é que frequentemente traímos essa aliança, esquecemo-nos de Deus e dos outros”, alertou D. Virgílio Antunes, este domingo, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.
Na Sé Nova de Coimbra, o prelado assinalou que não há retribuição do “amor” recebido e “não se reconhece a misericórdia de Deus”, indo à procura de salvação “por muitos lugares, noutras realidades e por outros caminhos”.
“Dentro do nosso mundo, às vezes confiamos demasiado na vida que temos, nos bens e nas realidades que nos rodeiam. Apesar disso, mesmo que seja grande a nossa infidelidade ou o nosso pecado, Deus continua a amar-nos, a proteger-nos e perdoar-nos porque é rico de misericórdia”, desenvolveu.
Neste contexto, o bispo de Coimbra explicou que quando alguém quiser saber qual é a “maior diferença entre Deus e a humanidade”, entre cada pessoa, pode pensar que “Deus é o criador” e a pessoa “uma criatura” e, neste contexto, “Deus é sempre rico de misericórdia, sempre fiel à sua aliança”.
“E, eu sou uma criatura que às vezes falha, fracassa, que é infiel e às vezes não é capaz de ser fiel à aliança de misericórdia que Deus estabeleceu com a humanidade”, frisou.
Segundo D. Virgílio Antunes, Deus “entristecesse-se, chora, com os sofrimentos, pecados, injustiças e mal” que domina as pessoas e, por natureza e graça, as pessoas também têm essa capacidade mas “nem sempre as forças necessárias para que isso aconteça nas vidas de cada um”.
“Quantas vezes não deixamos de olhar para os irmãos e centrarmo-nos em nós mesmos: Pensamos mais no nosso bolso e carteira do que no bem dos outros; pensamos mais em preservar o nosso trabalho do que partilhar com os outros; pensamos em ocupar os lugares na Igreja e na sociedade mesmo à custa dos outros”, referiu aos cristãos do Arciprestado do Nordeste, da Diocese de Coimbra.
Neste âmbito, alertou também para as realidades familiares em que cada um “centrado” em sí próprio não reparte a “bondade, generosidade, misericórdia e amor” desfazendo assim tantos “laços e alianças que o Senhor quer” que existam ao nível humano – “marido e mulher; pais e filhos; irmão e irmã, vizinhos, pessoas que trabalham”.
“Em qualquer lugar os laços e alianças que existem entre nós são à imagem e semelhança de Deus connosco que nunca rompe e se mantém sempre fiel”, observou o bispo diocesano.
D. Virgílio Antunes destacou ainda na homilia que o convite é que cada um, depois da peregrinação arciprestal, no âmbito do Jubileu da Misericórdia, regresse “cheio de Deus com confiança, esperança e fé muito maior”.
“Celebrar o Ano Santo da Misericórdia, passar a Porta Santa, acolher o dom de Deus só pode provocar alegria e entusiasmo da fé”, concluiu o bispo de Coimbra, recordando que “Aliança de Deus uma vez feita é para sempre”.
A peregrinação jubilar do Arciprestado do Nordeste, da Diocese de Coimbra, começou na igreja de Santa Cruz, passou pela Sé Velha e terminou na Sé Nova, com a celebração da Eucaristia.
Segundo a Diocese de Coimbra, uma assembleia de cerca de um milhar de pessoas viveu o Ano Jubilar da Misericórdia passando a Porta Santa.
CB/PR