Coimbra: Semana Santa «é um sinal da nossa peregrinação de pessoas e de crentes, faz-nos entrar no mistério de Cristo Salvador» – D. Virgílio Antunes

LBispo diocesano presidiu à celebração de Domingo de Ramos, na catedral, e convidou a viver esta semana «na fé, na esperança» e «no amor»

Coimbra, 14 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra destacou este domingo, na catedral, a importância da Semana Santa, durante a qual cristãos revivem “do ponto de vista celebrativo os mistérios” da “fé” e da “salvação”, entrando neles e procurando “acolher o dom de Deus”.

“Esta semana tem por isso um significado muito profundo, é um sinal da nossa peregrinação de pessoas e de crentes, faz-nos entrar no mistério de Cristo Salvador e ao mesmo tempo recorda-nos uma outra semana”, afirmou D. Virgílio Antunes, na homilia da Missa de Ramos que presidiu na Igreja da Sé Nova, informa a diocese.

O bispo de Coimbra referia-se à “semana inaugural” a que fazem referência as Sagradas Escrituras, a “Semana da Criação”, “porque tudo nasce do pensamento, do coração bondoso e amoroso do Deus Trindade que se quer comunicar a todos aqueles que criou e a tudo aquilo que criou”.

“E nós, de facto, percebemos quando paramos para pensar, para enfrentar a vida de forma mais consciente e mais responsável, nós percebemos que somos criaturas e acreditamos que somos criaturas”, salientou.

“Nós percebemos que somos frágeis e percebemos na nossa própria existência essa mesma fragilidade, nós compreendemos que não somos todo-poderosos e que não temos nas nossas mãos o presente e o futuro terreno, muito menos, temos nas nossas mãos o futuro eterno”, completou.

D. Virgílio Antunes assinalou que Deus “consola cada um de nós nos períodos mais difíceis da sua vida e dá sentido” às alegrias, tendo enviado “o seu Filho, precisamente, para realizar essa missão salvadora”.

“E nós frequentemente perguntamos, mas porquê a Pessoa de Jesus Cristo, o Salvador? Precisamente porque Deus é o Criador, Deus é aquele que acompanha os passos da nossa peregrinação terrena e Deus é aquele que nos salva e nos oferece a possibilidade de uma vida presente e de uma vida eterna”, sublinhou.

Na homilia, o bispo diocesano realçou que Deus “tem nas suas mãos não só a humanidade como a totalidade do mundo criado de que nós fazemos parte”.

“O único que tem poder para criar é igualmente o único que tem poder para resgatar, para perdoar definitivamente e para salvar e desta forma tem a ver com a nossa história por meio de seu Filho Jesus Cristo”, indicou.

Segundo o bispo diocesano, cabe aos cristãos, enquanto pessoas crentes, “procurar entrar na realização deste mistério”, com a disponibilidade da vontade, com a abertura do coração, “com os passos, às vezes trémulos e difíceis no caminho da fé”.

“Sempre procurando o encontro com o Senhor, com aquele que nos criou, com aquele que nos acompanha, nos consola e nos fortalece e com aquele que nos salva e manifestando a disponibilidade de toda a nossa vida para entrarmos livremente, de forma simples, mas generosa, cheia de amor na realização deste mistério”, declarou.

Ao mesmo tempo que, de acordo com D. Virgílio Antunes, é da responsabilidade de cada um desejar a que a própria atitude, aquela que procura “ter ao longo de todos” os passos e que “está representada de um modo especial nesta Semana Santa, tenha também reflexos na vida dos outros e na vida de toda a humanidade”.

“Assim como o Senhor Jesus Cristo diz a Escritura, sendo um só, se ofereceu por todos, perdoou a todos, resgatou a todos e salva a todos, também nós, porventura, sendo mais ou sendo menos, podemos unir-nos a Ele oferecendo a nossa própria vida, com Ele, ao Pai, para resgate, para salvação, para felicidade de toda a humanidade”, disse.

O bispo diocesano convidou todos a procurar que esta Semana Santa “seja vivida, de facto, na fé, na esperança, no amor” e a reler “os textos das Sagradas Escrituras, porventura, desde o Antigo Testamento até ao Novo Testamento”.

“Procuremos entrar nesta compreensão mais alargada do sentido da criação, do sentido da encarnação, do sentido da paixão, da morte e do Senhor Jesus Cristo que nos salva e que nos liberta do pecado e da morte”, exortou.

A Igreja Católica inicia, com a celebração dos Ramos, a Semana Santa, momento central do ano litúrgico, que recorda os dias da prisão, julgamento e execução de Jesus, culminando com a Páscoa, que assinala a ressurreição de Cristo, a mais importante festa do calendário católico.

LJ/OC

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