D. Virgílio Antunes inaugurou uma exposição histórica de ex-libris, na Sala do Capítulo do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova
Coimbra, 05 jul 2021 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra presidiu à Solenidade de Santa Isabel de Portugal, este. domingo, e afirmou na homilia da Missa que a celebração “vivida em tempos difíceis e diferentes” ajuda a “pensar o presente e o futuro da fé”.
“Temos repetido que não podemos sair desta situação como entrámos nela, mas reforçados na nossa fé, na coesão e comunhão da nossa Igreja e mais envolvidos num sério testemunho que opere mudanças no nosso mundo”, disse D. Virgílio Antunes, na Eucaristia transmitida online a partir da igreja de Santa Clara a Nova
Santa Isabel de Portugal é a padroeira principal da cidade de Coimbra e o bispo diocesano afirmou que a solenidade “vivida em tempos difíceis e diferentes”, como a pandemia, vem ajudar a “pensar o presente e o futuro da fé”, a conhecer e interiorizar “de forma mais clara os seus alicerces e a discernir melhor as suas manifestações”.
Segundo D. Virgílio Antunes, Santa Isabel, na sua condição social, cultural e religiosa, “oferece” o imenso testemunho de alguém que se deixou seduzir por Deus, “se centrou no seu amor conhecido e acolhido, e fez da fé cristã o caminho único da sua vida”.
“Santa Isabel de Portugal, bem enraizada na tradição e na chamada cultura cristã, encontrou-se com a Palavra salvadora do Evangelho, foi ao âmago da fé que está para além de todas as suas roupagens, foi às fontes do coração de Deus e deixou que nela fossem regadas as sementes de santidade”, desenvolveu.
O bispo de Coimbra explicou que a liturgia usada este domingo conduz à centralidade da caridade como “linha central da condição de cristãos” e destacou a atenção a cada pessoa “nas suas debilidades à assistência social organizada”, do amor familiar ao sentido de oferta de si mesmo em âmbito laboral, cultural, político, económico.
“Fica-nos, hoje, caríssimos irmãos e irmãs – confraria, devotos em geral, comunidade cristã aqui reunida – este desafio grande e belo da liturgia e da santidade de Isabel de Portugal: Cresçamos na fé, alimentemo-nos da Palavra de Deus e testemunhemos a caridade”, salientou.
D. Virgílio Antunes começou a sua homilia a assinalar que celebram de novo a solenidade em contexto de pandemia e sem as habituais expressões de piedade popular, “tão características desde há muitos séculos e tão mobilizadoras de multidões de fiéis”.
As festas em honra da Rainha Santa Isabel, na Diocese de Coimbra, têm habitualmente momentos solidários, culturais e celebrativos.
Após a Eucaristia, o bispo de Coimbra inaugurou a exposição histórica sobre as procissões em louvor da Rainha Santa Isabel, organização da Confraria da Rainha Santa Isabel e da respetiva Liga dos Amigos, que pode ser visitada na Sala do Capítulo do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova até 26 de julho.
A confraria informa que a imagem da Rainha Santa Isabel vai estar para “veneração dos fiéis” no andor e ornamentada com flores, no centro da sua igreja, a partir desta segunda-feira à tarde, dia 5, até ao próximo domingo, 11 de julho.
A Rainha Santa, como ficou conhecida, foi beatificada em 1516 e canonizada em 1625, no pontificado de Urbano VIII; o seu túmulo encontra-se no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra.
A rainha Santa Isabel (1271-1336), associada à lenda da transformação do pão em rosas, é recordada, na Igreja Católica, pela sua dedicação à oração e às obras de misericórdia, depois da morte de seu marido, D. Dinis, rei de Portugal, distribuiu os seus bens pelos pobres e tomou o hábito da Ordem Terceira de S. Francisco.
CB/PR