No ano do centenário do nascimento Homenagear o homem, o artista e o padre é o objectivo de um ciclo comemorativo que pretende homenagear monsenhor Nunes Pereira, nos 100 anos do seu nascimento. Entre 2 de Dezembro deste ano e 2 de Dezembro de 2007, celebra-se a vida e a obra do “homem, o artista e o padre”, com um conjunto de iniciativas que se divide entre Coimbra, Montemor-o-Velho, Góis, Arganil e Pampilhosa da Serra, concelho de onde é natural o sacerdote. Em declarações à Agência ECCLESIA, o cónego Aurélio Campos, reitor do Seminário Maior de Coimbra e natural das terras de Fajão tal como o homenageado, realça que Monsenhor Nunes Pereira é “sem dúvida um talento extraordinário que, nascendo na beira serra – nas aldeias serranas de Fajão – veio para Coimbra e tornou-se um artista de grande talento”. Um homem multifacetado – trabalhava as palavras, o vidro, a gravura e a pedra – que está a receber uma merecida homenagem promovida pela Câmara Municipal de Coimbra. No próximo dia 8 de Dezembro será inaugurada – estará aberta todos os sábados das 15 às 18 horas – uma exposição no edifício do seminário. O local onde ele trabalhava tornou-se museu. “Iremos apresentar as obras mais dignas de Nunes Pereira” – realçou o Cón. Aurélio Campos. Uma sessão solene, exposições, lançamentos de livros, cerimónias religiosas, visitas guiadas, um roteiro Augustiano, concertos e um concurso literário e artístico, entre outras actividades, compõem o programa de um ano de eventos que pretendem “sustentar uma memória presente e futura” desta personalidade que, segundo o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra, Mário Nunes, “é merecedora de todos os elogios”. Para além do gosto na coordenação das palavras, Monsenhor Nunes Pereira gostava também da dialéctica. “Numa viagem de Madrid-Coimbra teve um diálogo fabuloso e perspicaz feito através do verso” – lembra o reitor do Seminário. E acrescenta: “temas com uma alta elevação”. Em Nunes Pereira, a arte brotava como a “água nasce da fonte” – assinalou. Nele, a composição artística nascia com naturalidade. Das serranias onde nasceu, este cidadão dedicou algumas poesias. “As suas raízes tiveram influência na construção da arte” – confidenciou o Cón. Aurélio Campos. A serra foi o seu berço mas lidava com a elite coimbrã. “O mundo intelectual tinha em Nunes Pereira um amigo”. Um homem com um potencial de criatividade enorme que, cerca de sete meses antes de morrer, venceu um concurso de poesia em Fajão, na sua terra-natal. Na mesma ocasião, voltou a merecer aplausos por “manter um diálogo de improviso de 20 minutos de fado popular” – recorda o Reitor. Cinco anos após a sua morte e no ano do centenário de nascimento de Mons. Nunes Pereira, a memória ganha vitalidade com as «pegadas de Deus» na sua arte. E conclui: “nele tudo fluía com naturalidade”. Notícias relacionadas • Nunes Pereira: homem, artista e padre