Coimbra: Quaresma é oportunidade para «endireitar os caminhos da vida social», diz bispo

D. Albino Cleto apela aos católicos para não se distraírem das características essenciais daquele tempo litúrgico

Coimbra, 14 Mar (Ecclesia) – O bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, considera que a Quaresma é uma oportunidade para “endireitar os caminhos da vida social e da Igreja”, a começar pelas opções e comportamentos dos católicos.

“Que estes caminhos andam tortos, desviados pelo individualismo, a infidelidade, o apego ao que murcha, todos o sentimos”, escreve o prelado na mensagem quaresmal enviada hoje à Agência ECCLESIA.

Para Albino Cleto, a Quaresma constitui um “tempo de revisão de vida, de decisões fortes e de ajuda divina”, pelo que não pode ser olhada “apenas como uma época do calendário”.

O texto alerta para que o empenho nas iniciativas quaresmais, influenciado “pelo utilitarismo e a preferência do pragmático”, não faça esquecer as características principais daquele tempo penitencial.

“Retomo a minha advertência para que vivamos a Quaresma centrados no essencial: a conversão a uma vida própria de baptizados, onde o amor a Deus, alimentado na oração, na purificação do pecado e correcção dos defeitos, onde a procura da graça e o amor compreensivo e sacrificado pelo próximo são a fonte de tudo o mais”, assinala.

Segundo Albino Cleto, os católicos tendem a viver aquele período “prioritariamente pela dinamização de campanhas, participação em palestras temáticas, organização de procissões e cerimónias tradicionais”.

“Tudo isso é bom, mas que seja ajuda. Não nos fiquemos na procura dos frutos, saibamos ir à raiz da árvore”, pede o bispo de Coimbra, que em 2010 completou 75 anos, idade em que, de acordo com o Direito Canónico, os bispos devem apresentar a renúncia ao Papa, o que sucedeu com o prelado.

A mensagem assinala que os fiéis devem intensificar “a prática mais intensa da caridade, sobretudo como resultado de sacrifício pessoal em favor dos irmãos”.

A renúncia quaresmal, em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para uma finalidade especificada pelo bispo, é este ano denominada ‘Reparte o teu pão’.

A campanha vai servir para financiar o “pagamento de medicamentos a quem manifestamente os não possa comprar” e ajudar “agregados familiares em situações de fragilidade, originadas pelo desemprego e redução do abono de família”.

O prelado pede ao clero e a outros “fiéis responsáveis” que leiam a mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma, “divulgando-a quanto possível e resumindo-a às comunidades”.

A Quaresma, que este ano começou a 9 de Março (quarta-feira de Cinzas), é um período de 40 dias, exceptuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que servem de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário dos cristãos.

RM

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Agência ECCLESIA

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