Coimbra: Projeto «Ergue-te» ajuda prostitutas a mudar de vida

Renúncia quaresmal da diocese destina-se à iniciativa da Fundação Madre Sacramento das Irmãs Adoradoras

Coimbra, 08 abr 2014 (Ecclesia) – A renúncia quaresmal da Diocese de Coimbra destina-se este ano ao projeto ‘Ergue-te’, da Fundação Madre Sacramento das Irmãs Adoradoras, uma iniciativa que pretende ajudar prostitutas a mudar de vida, integrando-as num meio laboral.

 “É um projeto de intervenção social cujo objetivo é acompanhar pessoas em contexto de prostituição, nomeadamente mulheres e faz-se não só a nível social mas também a nível psicológico, jurídico e de saúde ajudando estas pessoas a integrarem-se no meio laboral”, revela em declarações à Agência ECCLESIA a irmã Martinha Silva, coordenadora do ‘Ergue-te’.

Com dois âmbitos de ação, este projeto conta com um gabinete de atendimento localizado “numa zona estratégica da cidade de Coimbra, a baixa” e com uma unidade móvel que faz “um trabalho de proximidade” com os contextos de prostituição “como bares, estradas, ruas da cidade, pensões e apartamentos onde haja a prática da prostituição”, revela a religiosa.

“A prostituição é como que um culminar de uma trajetória de vida que é marcada pela exclusão e que tem outras problemáticas associadas, como o isolamento social, a pobreza e os ambientes de promiscuidade que muitas vezes existem desde a infância na vida destas pessoas”, explica.

Em declarações que podem ser ouvidas hoje programa de rádio ECCLESIA da Antena 1 (22h45), a irmã Martinha Silva revela que “a imigração e o facto de não ter um apoio familiar e social por perto” são fatores que levam algumas mulheres entrarem no mundo da prostituição.

A religiosa coordena este projeto sob o carisma da congregação a que pertence, “as irmãs adoradoras que fazem este trabalho tão difícil e através da adoração se aprende a amar estas mulheres e se percebe todo o potencial que elas têm dentro de si para mudar”.

“Recebo a mulher que está do outro lado pelo seu nome, apresento-me como Martinha sem dizer que sou irmã e quando elas percebem que sou religiosa já se estabeleceu uma ligação importante e tenho percebido que sou bem recebida porque esperam de mim uma atitude de aceitação incondicional e de não julgamento”, relata.

O projeto ‘Ergue-te’ conta atualmente com uma equipa de quatro técnicos e alguns voluntários, que diariamente andam pelos principais sítios de prostituição da Diocese de Coimbra e conta com uma iniciativa de integração sócio laboral das mulheres intitulada ‘Estrutura de Emprego Protegida’ para a qual reverte a renúncia quaresmal da diocese conimbricense.

“É um projeto que concretiza a mudança de vida, é para mulheres que queiram mudar de vida, abandonar a prática da prostituição. Durante um ano treinam-se neste projeto competências, trabalha-se a assiduidade e a pontualidade e faz-se um grande trabalho de acompanhamento psicológico”, explica a irmã Martinha Silva.

SN/MD

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