Coimbra/Pastoral Juvenil: «Temos de arriscar tudo», assume D. Virgílio Antunes (c/fotos)

Sínodo dos Jovens marca aposta na relação com novas gerações

Coimbra, 11 nov 2024 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra disse à Agência Ecclesia que a Igreja Católica deve “arriscar”, na relação com as novas gerações, assumindo a aposta no Sínodo dos Jovens, que está em curso na diocese.

“Nós estamos num tempo em que temos de arriscar tudo. A todos os níveis da vida da Igreja, a situação obriga-nos a arriscar aquilo que é possível arriscar, no bom sentido da palavra”, indicou D. Virgílio Antunes, que este domingo participou na segunda edição do festival ‘For God Shake’, promovido pelo Serviço Diocesano da Juventude (SDJ) de Coimbra, em Ansião.

O responsável, que foi um dos representantes da CEP na XVI Assembleia Geral do Sínodo, nas sessões de outubro de 2023 e de 2024, no Vaticano, deseja que os jovens “ouçam a voz do Espírito de Deus que também está neles, que se escutem uns aos outros, olhem para a realidade e que façam as suas propostas”.

“Fico muito feliz se eles trouxerem propostas ousadas, inclusivamente, que possam vir a pôr em causa uma certa tranquilidade e, às vezes, uma certa letargia das comunidades cristãs, porque os jovens têm essa capacidade também de agitar”, assume D. Virgílio Antunes, pedindo que o processo decorre “em ambiente de fé e de colaboração uns com os outros, em espírito eclesial”.

Gostaria que o nosso sínodo fosse, de facto, um momento forte de renovação da pastoral, concretamente da pastoral dos jovens na nossa diocese. Se isso acontecer, estamos a renovar a vida das comunidades no seu sentido mais pleno”.

Francisco Malva, um dos coordenadores do Sínodo dos Jovens da Diocese de Coimbra, referiu, por sua vez, que este é um projeto inspirado no processo sinodal 2021-2024, lançado pelo Papa, e pela JMJ Lisboa 2023, onde ficou claro o interesse dos jovens “quando reunidos, quando entusiasmados, quando lhes davam a atenção no mundo da Igreja”.

“A grande ideia é recolher o máximo de informação possível, envolver os jovens na criação do futuro da Igreja, de propostas para o futuro da Igreja”, assinala o responsável, que participou no festival juvenil em Ansião.

A sessão de apresentação decorreu a 13 de outubro, num bar em Coimbra, “precisamente para ir aos espaços onde os jovens estão”, decorrendo agora a divulgação do projeto e a elaboração de questionários para ouvir os jovens.

“Até ao início do verão, a ideia é ir até aos grupos de jovens, realizar diferentes iniciativas, momentos de encontro, de escuta, de brainstorming, para ouvir tudo aquilo que eles têm para dizer, recolher o maior número de informação possível e depois juntar tudo numa primeira síntese”, adianta Francisco Malva.

O processo sinodal decorre até 2026, com o objetivo de apresentar um documento final com 10 medidas, “recomendações para serem aplicadas na Diocese de Coimbra”.

O padre Filipe Diniz, assistente do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) e membro do clero de Coimbra, destacou a importância de “tempos de encontro” como o festival ‘For God Shake’, que procura continuar a dinâmica da JMJ 2023.

“Desde a formação, os encontros, à proximidade com os grupos de jovens, a Jornada também trouxe este elã, reforçou os grupos de jovens, outros surgiram por causa da Jornada Mundial da Juventude”, observa.

O sacerdote sublinha a importância de promover encontros entre jovens que “acreditam no mesmo Jesus Cristo” e celebram a sua fé, “através da música, através de testemunhos, através de voluntariado”.

HM/OC

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Agência ECCLESIA

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