«A Igreja de hoje não se apresenta como senhora e dona de toda a verdade», diz D. Virgílio Antunes, que vai ser ordenado em Fátima este domingo
Coimbra, 02 jul 2011 (Ecclesia) – O novo bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, quer “gastar grande parte do tempo com os jovens”, porque considera que é o setor da população que se depara com “maiores dificuldades”.
Em entrevista ao programa ECCLESIA na RTP-2, o antigo reitor do Santuário de Fátima sublinha que “os cursos, a dificuldade de encontrar trabalho e os problemas de realização” obrigam a juventude a “adiar um conjunto de soluções por não ter uma vida estabilizada”.
Para D. Virgílio Antunes, que vai ser ordenado bispo este domingo, em Fátima, os jovens devem ser privilegiados pela ação da Igreja por causa das suas “muitas aptidões” e pela “avidez por coisas grandes e elevadas”, que não sabem como pôr em prática por estarem “perdidos” e “sem saber para onde e como caminhar”.
“A Igreja tem o dever de lhes abrir portas, horizontes e caminhos”, sublinha o prelado, para quem a sociedade “não tem oferecido grandes metas e objetivos” à juventude.
O diálogo com a sociedade é também uma prioridade para o bispo que vai entrar na diocese conimbricense a 10 de julho: “A Igreja tem uma história longa de diálogo e proximidade com o mundo social, cultural e rural, com os mais e menos letrados”.
“A Igreja de hoje não se apresenta como senhora e dona de toda a verdade”, salienta D. Virgílio Antunes, acrescentando que a “verdade do Evangelho” de que é portadora “é para pôr ao dispor das pessoas”, pelo que “tem de as ouvir”.
A cidade de Coimbra, 200 km a norte de Lisboa, é historicamente marcada pela presença da universidade, a que o bispo de 49 anos quer igualmente prestar atenção: “Há muitíssimas pessoas dentro do ensino superior que estão desejosas de mais alguma coisa”, refere.
A presença na academia de estudantes, funcionários e professores “empenhados na vida cristã” permite ao prelado estar convencido de que “há bases suficientes para se fazer alguma coisa em comum”.
D. Virgílio Antunes diz ainda que a sua escolha para bispo de Coimbra por parte do Papa Bento XVI “foi uma nomeação inesperada” para a diocese conimbricense e para ele próprio, embora as reações estejam a ser positivas.
“Os sinais que tenho tido estão a ultrapassar tudo aquilo que se pudesse esperar”, afirma o prelado, que acrescenta: “Fazem-me sentir pequenino diante de tão grandes expectativas e tanta alegria”.
RM