O município de Coimbra vai colaborar na criação de um itinerário alternativo para os peregrinos que se deslocam a pé ao Santuário de Fátima.
O percurso habitualmente utilizado no concelho conimbricense, que decorre ao longo do IC2, não proporciona condições de conforto, além de colocar em perigo a vida dos caminhantes e automobilistas.
De acordo com um estudo realizado pela arquitecta Ana Lúcia Canelas de Castro, “o calor transmitido pelo tapete de betuminoso e a poluição que existe ao longo deste eixo rodoviário” são outros dos inconvenientes do trajecto.
A proposta para uma nova rota foi unanimemente aprovada pelo novo executivo camarário, devendo agora merecer análise aprofundada, em colaboração com a Diocese de Coimbra e as juntas de freguesia atravessadas pela via.
Para se tornarem percursos viáveis e serem percorridos por uma grande percentagem de peregrinos, os Caminhos de Fátima, nomeadamente o que liga a cidade do Porto àquele santuário mariano, “precisam de ser amplamente divulgados e tornarem-se mais atractivos”. A concretização deste objectivo exige a realização de medidas de âmbito supra local, envolvendo vários Organismos.
“Essas entidades – explica o estudo – deveriam integrar uma rede de turismo cultural e religioso” composta por autarquias, paróquias, Santuário de Fátima e associações ligadas aos Caminhos de Santiago, entre outras. Desta forma possibilitar-se-ia a coordenação dos recursos turísticos da região cruzada pelo itinerário: prestadores de serviços, empresas de transporte, hotelaria e animação cultural, bem como instituições religiosas e instâncias responsáveis pela administração do território.
A arquitecta assinala que a inclusão das comunidades do município nos projectos a implementar poderá “fortalecer a identidade e a valorização do património local”. A divulgação dos percursos, “essencial para que sejam utilizados pelos peregrinos”, deve ser feita pelas autarquias e paróquias e, a nível nacional, pelo Santuário de Fátima, Centro Nacional de Cultura e agências de viagem.
A internet e os folhetos informativos são apontados como os meios de comunicação preferenciais. A autora do estudo sublinha que a criação de um roteiro reveste-se também de “grande importância”. “Esse documento deveria conter informação sobre o itinerário a percorrer, localização dos pontos de apoio aos peregrinos e dos locais onde se pode obter apoio médico, sugestões de visitas culturais, de alojamento e de restauração”, além de indicar locais de pernoita a preços acessíveis, refeições e descontos em museus e monumentos.
O relatório indica que os projectos mais importantes a executar no município de Coimbra consistem na “criação de percursos alternativos, possibilitando alguns trajectos mais curtos ou com maior interesse cultural ou paisagístico”. É também necessário prever a criação de zonas de descanso e de apoio aos peregrinos.
“Estes locais, dependendo das suas características, deverão ser arborizados, conter bancos ou mesas de piquenique, pontos de água e instalações sanitárias”, refere Ana de Castro. As áreas consignadas para esse fim “devem possibilitar o usufruto das comunidades locais e acesso fácil de veículos”, acrescenta a investigadora.
O estabelecimento de uma sinalética para os caminhos e a promoção do património cultural local são outras das sugestões a materializar. A autora do estudo assinala que “estes projectos, ainda que tenham um âmbito local, deveriam, também, ser concertados com os outros municípios, de modo a formar um todo coerente”.
Redacção/Serviço de informação da Diocese de Coimbra