800.º aniversário da vocação franciscana do santo português ficou marcado pelo convite à «alegria» e à «ação»
Coimbra, 15 jan 2021 (Ecclesia) – Frei Severino Centomo, franciscano e membro da organização do Jubileu de Santo António, disse à Agência ECCLESIA que a iniciativa veio “dar alegria”, recordar o testemunho do santo português e “empurrar para a ação”.
“Este foi um ano especial, o jubileu em que o Senhor quer rejubilar connosco, dar a sua alegria dizendo que não esqueçais o testemunho de pessoas que me amaram muito e podem ajudar-vos a recuperar o júbilo na vossa vida; fazer memória pode ajudar-nos a recuperar a alegria, a força e esperança na vida”, indica, a respeito do ano jubilar dos 800 anos dos Mártires de Marrocos e da vocação franciscana de Santo António.
Também Secundino Correia, da organização e diretor-adjunto da revista Mensageiro de Santo António, refere que o Jubileu foi vivido em incertezas e reinvenções no tempo de pandemia tal como foi a vida deste santo popular.
“No fundo o desafio que o jubileu nos pôs foi deixar os nossos planos e abrir aos planos do Senhor, só assim conseguimos conduzir a nossa vida de outra forma, e a vida de Santo António é a inspiração perfeita para o que aconteceu no Jubileu”, refere.
O responsável recorda que este ano jubilar decorreu em tempo de pandemia, estavam pensados seis conferências, os Diálogos com António, “onde só se realizaram presencialmente três” e tiveram de repensar a iniciativa que passou a ser online, com balanço positivo.
“Era um programa para ser realizado na sala do capítulo do Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, onde o Santo António se reuniu tantas vezes com os seus frades, fizemos três diálogos e tudo confinou… Tivemos de nos reinventar, refazer os diálogos de forma digital”, recorda.
Secundino Correia destaca que a iniciativa até teve “maior alcance, mais pessoas puderam participar e subiram em qualidade” fazendo ainda mais dois diálogos.
Também o frei Severino Centomo aponta que o Jubileu fez entender a vida de Santo António, “desde a Palavra à ação”.
“Santo António estava atento à sociedade do seu tempo e às misérias, era lutador pela justiça social e o jubileu foi um alerta para nos abrirmos ao que acontece no mundo, como no diálogo onde surgiu o bispo que nos abriu os olhos a uma realidade que quase desconhecíamos e vimos um sinal concreto do jubileu, tornou-se uma proposta alargada e nos deixou com profunda alegria interior”, lembra.
O diálogo intitulado “Ninguém fica para trás” teve a presença do bispo de Pemba, em Moçambique, D. Fernando Lisboa, que deu a conhecer a realidade dos ataques violentos naquela zona e para a organização foi “um sinal de Santo António para, mais que falar, ser tempo de ação”.
“Foi uma voz de Deus que falou ao jubileu e que disse ser tempo de ajudar estes irmãos em situações dramáticas”, assume.
A campanha de ajuda solidária com o povo de Moçambique rendeu mais de 30 mil euros´, “que já foram enviados” e ainda está a decorrer com “grande adesão por todo o país, desde particulares a instituições”.
Este domingo, pelas 18h00, acontece a Eucaristia conclusiva do jubileu, presidida pelo bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, na igreja do Mosteiro de Santa Cruz; a celebração será transmitida nas redes sociais do Jubileu 2020 e da Diocese de Coimbra.
SN
Coimbra: Campanha solidária quer ajudar população de Cabo Delgado, em Moçambique (c/vídeo)