D. Virgílio Antunes afirma que próximo Ano Santo, convocado pelo Papa, «vem em auxílio de um imenso deficit de amor, e de justiça»
Coimbra, 06 set 2024 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra anunciou, em nota pastoral, que o Jubileu 2025, o Ano Santo convocado pelo Papa Francisco, é o “centro” do programa pastoral 2024-2025 na diocese, que vai viver um ano de “avaliação” e “reflexão”.
“Celebramos o Jubileu 2025. Na comunhão da Igreja diocesana com a Igreja universal e o Santo Padre, este seria sempre um polo dinamizador da nossa reflexão e ação celebrativa! Mas a feliz coincidência de recair sobre um ano intercalar entre planos pastorais diocesanos dá-nos a oportunidade de o podermos celebrar de um modo mais intenso e dedicado, assumindo-o como “centro” do ano pastoral 2024-2025 na Diocese de Coimbra”, escreve D. Virgílio Antunes, no documento, publicado na mais recente edição do jornal diocesano ‘Correio de Coimbra’.
Na nova nota pastoral, o bispo de Coimbra começa por assinalar que terminaram o Plano Pastoral Diocesano que orientou o triénio 2021/2024, com o tema ‘Diocese de Coimbra. Jovem levanta-te! Cristo vive.’, e, durante este ano 2024/2025, vão fazer uma “avaliação do Plano cessante e de reflexão sobre o próximo Plano Pastoral”.
“Todo o trabalho feito no decorrer do Plano que termina, no entorno dos jovens, permanece em aberto e há de dar muitos frutos, dos quais esperamos que o Sínodo dos Jovens seja simultaneamente um fruto amadurecido e semente de muitos outros. Por isso queremos dedicar-lhe este ano também especial atenção”, realçou.
As celebrações do Jubileu 2025, convocado pelo Papa Francisco, com o lema ‘Peregrinos de Esperança’, vão começar no dia 24 de dezembro, na Basílica de São Pedro, D. Virgílio Antunes afirma que “é essencial” os cristãos conhecerem “a origem” da sua esperança.
Para o bispo de Coimbra, o Jubileu 2025 “vem em auxílio de um imenso deficit de amor, e de justiça”, e, na sua nota, destaca e explica “algumas dimensões do Jubileu”, como “a conversão, a renovação da fé, da esperança e do amor”, e a peregrinação.
D. Virgílio Antunes explica que este jubileu surge num momento da história da Igreja “marcado por um forte alheamento dos batizados em relação à fé cristã”, e num momento da história humana “marcado pela derrocada da esperança”, com “as guerras atuais, juntamente com as injustiças, as perseguições por motivos religiosos, culturais e sociais”.
A nível pessoal pode juntar-se a falta de sentido para a vida, que nasce de um materialismo enraizado nos hábitos e nos corações, e na crescente debilidade da espiritualidade cristã de caráter sobrenatural. As crises sociais são igualmente um sinal da urgência de esperança, pois surgem sobretudo como resultado de injustiças portadoras de desespero. É preciso ajudar a humanidade a encontrar portas de saída para os seus desesperos”
Sobre o momento da história da Igreja, o bispo de Coimbra refere que as circunstâncias em que a Igreja caminha “são muito diferentes das do passado recente”, como o impacto da fé cristã “visivelmente menor, tanto nos cristãos como na comunidade humana em geral”.
O bispo de Coimbra convida esta Igreja local – “tanto a nível diocesano como nas comunidades paroquiais, nos serviços e nos movimentos” – a prepararem o programa da vivência do Jubileu, com a Bula do Ano Santo, e assume para a diocese a proposta de programar “diversas ações de evangelização, de catequese, celebração, e oração, com momentos culturais, festivos e litúrgicos”, que incluam o conhecimento dos sinais dos tempos e ajudem as pessoas e as comunidades “a assumi-los como missão jubilar”.
Na nota pastoral 2024/2025, publicada no jornal ‘Correio de Coimbra’, D. Virgílio Antunes destaca propostas gerais para a vivência do novo Ano Santo, como as peregrinações à Sé Nova – de cada um dos nove arciprestados (conjunto de paróquias), que começam no Seminário Maior.
No dia 21 janeiro deste ano, o Papa convocou ainda um ano de oração para preparar as celebrações do Jubileu 2025, que vai ser o 27.º jubileu ordinário da história da Igreja, e, no dia 9 de maio, apresentou a bula de proclamação, intitulada ‘Spes non confundit’ (A esperança não desilude), que anuncia solenemente o início e fim das celebrações do próximo Ano Santo.
O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro ano santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos. |
CB/OC