Personalidades ligadas ao mundo universitário da cidade, crentes e não crentes, narram experiências de voluntariado
Coimbra, 15 abr 2011 (Ecclesia) – O setor da diocese de Coimbra responsável pela relação da Igreja Católica com o mundo universitário lançou esta quinta-feira o livro ‘O que ganhas quando dás?’, cujas receitas revertem para o fundo solidário criado por aquele organismo.
Os textos que preenchem as 125 páginas da edição são um “sinal do quanto se ganha quando damos do nosso tempo e das nossas riquezas”, explicou hoje à Agência ECCLESIA o diretor da Pastoral Universitária da diocese coimbrã, padre Nuno Santos.
“Num tempo em que vemos tanta crise e tantas dificuldades, esta era uma maneira prática de dizer que há muito espaço da gratuidade por acontecer”, assinalou o sacerdote, acrescentando que o seu departamento tem a missão “de sublinhar o que já se faz e lançar desafios aos tempos de hoje”.
O critério de escolha dos autores foi a ligação ao mundo universitário e a experiência em projetos solidários, pelo que nem todos são crentes ou “católicos praticantes”, apontou Nuno Santos.
Entre as 23 personalidades que assinam o livro incluem-se o provedor do estudante, o administrador dos Serviços Sociais da Universidade de Coimbra e a diretora do Centro de Emprego, além de membros da Comissão Justiça e Paz e do Centro Académico da Democracia Cristã, assim como professores de diversas áreas.
Carlos Fiolhais, “o investigador português mais citado no mundo”, escreve “sobre um voluntariado que fez com a comunidade católica na Alemanha, quando estudava para o doutoramento”, trabalho “que marca para sempre a vida” do docente, referiu Nuno Santos.
O voluntariado na cadeia, o serviço prestado no âmbito da organização não governamental de cooperação ‘Leigos para o Desenvolvimento’ e uma ação cívica de alfabetização realizada em 1966 são alguns dos testemunhos recolhidos.
As redes sociais, o modo como as universidades se integram ou afastam da realidade em que estão inseridas e a “falta de ética das empresas” constituem igualmente temas abordados na obra, de que foram feitos 200 exemplares numerados, ao preço unitário de 12,50 euros.
A Pastoral Universitária de Coimbra espera lançar uma segunda edição, com a participação de mais autores, caso a primeira tiragem tenha um “bom acolhimento”, revelou o sacerdote, que também dirige o Instituto Justiça e Paz sediado na cidade.
O fundo solidário, que desde a sua criação, há um ano, atribuiu oito mil euros a 18 estudantes, tem sido alimentado com a venda de peças artísticas, jantares, recolhas nas missas e donativos, mas estas verbas são escassas para os pedidos de auxílio crescentes: “Este ano as dificuldades são maiores”, constatou o sacerdote.
RM