Francisco Malva, um dos coordenadores, explica que projeto é inspirado no processo sinodal que está a acontecer na Igreja e pretende escutar todos os jovens
Coimbra, 16 out 2024 (Ecclesia) – Francisco Malva, um dos coordenadores do projeto Sínodo dos Jovens da Diocese de Coimbra, disse à Agência Ecclesia, que o novo projeto vai resultar na implementação de dez medidas a aplicar nas paróquias e comunidades, a partir de 2026.
“[O objetivo do Sínodo dos Jovens] é escutar, perceber quais são as necessidades e as vontades, os sonhos dos jovens para a Igreja e depois, num plano muito concreto, estabelecer medidas para que as diferentes paróquias na Diocese, os diferentes grupos e comunidades possam pôr em prática”, afirmou o jovem, de 23 anos.
Francisco Malva explica que a ideia é chegar a um documento final “com 10 propostas muito concretas que são quase como os 10 mandamentos para a diocese em relação aos jovens”, decorrentes do processo e das opiniões da juventude.
Serão coisas muito concretas, não palavras soltas ou ideias bonitas, mas coisas mesmo concretas para serem colocadas em ação e depois, numa última fase, no fim de todo este processo, será acompanhar as diferentes paróquias e comunidades para ver se de facto as medidas estão a ser colocadas em prática, quais os obstáculos, de que forma é que nós em equipa podemos ajudar a que essas propostas se tornem realidade”.
O projeto do Sínodo dos Jovens, apresentado à comunidade no último domingo, partiu do bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, desenvolve Francisco Malva, que, inspirado no Sínodo dos Bispos, “pensou que seria interessante aplicar o mesmo processo para a Diocese, especificamente concentrado e versado para os jovens”.
“Percebemos que esta ideia do Papa Francisco era importante para a Igreja, era uma boa forma de fazer caminho em conjunto, de mostrar que as pessoas são a Igreja, não só os padres, as pessoas religiosas e com uma vocação religiosa, mas que todos nós fazemos também parte da Igreja”, salientou o jovem.
O coordenador do projeto fala que, também sob inspiração da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, ficou percetível que “os jovens são o futuro da Igreja” e são eles que têm de ser escutados para perceber porque é que nos últimos tempos se têm vindo a afastar dela e de que forma estes podem ser estar mais presentes com decisões e ideias.
O projeto tem como propósito chegar a “todos os jovens”, sejam aqueles que fazem parte de movimentos, da catequese, de grupos de jovens, os que conhecem algo sobre a fé católica e gostariam de ter uma palavra, ou ainda os que não têm qualquer conhecimento, apenas alguns conceitos pré-definidos sobre a Igreja, e gostariam de participar.
Francisco Malva indica que um dos grandes objetivos é procurar dar uma respostas aos jovens que já não se identificam com a Igreja e as suas propostas e perceber as razões por trás e o que é que gostariam de mudar.
O Sínodo dos Jovens tem uma duração estimada de cerca de três anos e vai passar por oito fases, entre elas a escuta, a elaboração de documentos síntese sobre respostas de jovens, a organização de uma Assembleia de Jovens Líderes e a apresentação do documento final.
A equipa do projeto é constituída por 20 jovens, com a coordenação de Francisco Malva e Maria Luísa Mansilha, de 20 anos.
O Padre Nuno Santos e Rita Marques, membro do Serviço Diocesano da Juventude – Coimbra (SDJ), vão guiar os passos deste grupo que tem por missão sentir o pulso dos jovens de todas as paróquias da Diocese de Coimbra em prol de uma Igreja melhor e mais inclusiva.
LJ/OC