Joaquim Costa e Nora explicou ação caritativa dinamizada na Diocese de Coimbra
Coimbra, 07 jul 2020 (Ecclesia) – O presidente da Confraria da Rainha Santa Isabel assinalou que este ano se viveu “uma festa diferente”, por causa da pandemia de Covid-19, adiando as procissões para 2021, no 750º. aniversário de nascimento da padroeira de Coimbra.
“[A pandemia] Permitiu-nos e obrigou-nos a quebrar algumas rotinas”, admitiu Joaquim Costa e Nora, em declarações à Agência ECCLESIA.
As festas em honra da Rainha Santa Isabel, na Diocese de Coimbra, têm habitualmente momentos solidários, culturais e celebrativos.
O presidente da confraria dedicada à Rainha Santa explicou quem 2020 não se realizaram as procissões – a procissão penitencial noturna, que transporta a imagem da padroeira da cidade do mosteiro para a igreja de Santa Cruz, nem a procissão solene de regresso à igreja da Rainha Santa Isabel, que seria no próximo domingo.
“As festas de 2021, excecionalmente ano ímpar, com procissões, se Deus quiser, até nos dão mais alento para que as possamos organizar e realizar com a ajuda de Deus e com a companhia de todos os nossos irmãos e confrades e todos os devotos de Santa Isabel”; desenvolveu.
Joaquim Costa e Nora adianta que a pregação do tríduo iria ser feita pelo arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, acabando por realizada pelo vigário paroquial de Santa Cruz, o padre Francisco Prior Claro, transmitidas online.
Neste contexto, o responsável destaca que “uma das circunstâncias positivas do vírus” foi a participação, através da internet, de mais de “duas mil pessoas”, considerando que é preciso “ver o lado positivo mesmo das coisas que parecem adversas”.
O presidente da Confraria Rainha Santa Isabel recorda que também “não se fez o espetáculo de angariação de fundos”, e projeção das festas religiosas, a Gala da Rosas”, que já agendaram para o próximo ano.
Sobre a dimensão caritativa da confraria, refere que existe um “peditório regular”, no terceiro domingo do mês, com a Paróquia de Santa Clara (Diocese de Coimbra), para ajudar as pessoas “em desespero”, por exemplo, com “uma renda de casa, uma conta da luz”, porque “não são grandes montantes” mas é “um sinal para a sociedade”.
Joaquim Costa e Nora destaca também as duas instituições que “nasceram no seio da própria confraria”, a Casa de Formação Cristã Rainha Santa Isabel, que “acolhe meninas em situação de risco”, e a Associação Cozinhas Económicas Rainha Santa Isabel que “proporcionam, diariamente, centenas de refeições” a pessoas em situação de sem-abrigo.
“Nesta crise os pedidos aumentaram de maneira exponencial e as cozinhas económicas continuam a dar uma resposta muito valorosa, que os conimbricenses, os devotos de Santa Isabel, a própria Confraria, ajudam também com reforço porque é uma obra insubstituível, porque o Estado não dá resposta para essas situações”, desenvolveu.
A Confraria Rainha Santa Isabel cuida do Templo dedicado à rainha, das alfaias e segundo Joaquim Costa e Nora, “o grande problema”, neste momento, é a “recuperação e a renovação do património” das suas instalações não religiosas que estiveram arrendadas ao Exército português.
A rainha Santa Isabel (1271-1336) – cuja figura está associada a lenda da transformação do pão em rosas – foi mulher de D. Dinis, rei de Portugal ;é recordada, na Igreja Católica, pela sua dedicação à oração e às obras de misericórdia; depois da morte de seu marido, distribuiu os seus bens pelos pobres e tomou o hábito da Ordem Terceira de S. Francisco.
No sábado, o bispo de Coimbra presidiu à Missa da solenidade de Santa Isabel de Portugal que apresentou como exemplo de “verdadeira santidade”, capaz de conjugar “fé em Deus e amor ao próximo”.
A Rainha Santa, como ficou conhecida, foi beatificada em 1516 e canonizada em 1625, no pontificado de Urbano VIII; o seu túmulo encontra-se no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra.
LFS/CB/OC