Coimbra: Compromisso dos leigos na Igreja enfrenta cinco desafios

Padre Nuno Santos, reitor do Seminário Maior, rejeita a clericalização e a democratização, apontando para a via da «dimensão ministerial»

Coimbra, 18 jan 2025 (Ecclesia) – O reitor do Seminário Maior de Coimbra, padre Nuno Santos, disse hoje que o envolvimento dos leigos em funções de responsabilidade e liderança na Igreja Católica enfrenta cinco desafios, apontando a via da “dimensão ministerial” como o caminho a seguir.

“O primeiro grande desafio é da disponibilidade. Ter hoje homens e mulheres disponíveis para o exercício de um ministério não é exatamente o mesmo do que há 20 anos ou há 30 anos atrás, pelas exigências da vida em geral, do ritmo das casas, da educação dos filhos, dos netos, por todas as mudanças das famílias e das exigências económicas que o mundo coloca sobre cada família”, começou por dizer o sacerdote da Diocese de Coimbra

Em declarações à Agência ECCLESIA no contexto da Jornada Diocesana de Formação, que analisou o tema “Uma Igreja mais ministerial, sinal de esperança” e que reuniu perto de duas centenas de participantes, o padre Nuno Santos lembrou o desafio do “compromisso e de fidelidade”, apontado para necessária “fidelidade a uma missão” que possa ser confiada.

“O terceiro grande desafio está na idade, ou seja, de termos pessoas mais novas também a disponibilizar o seu tempo”, apontou, lembrando contextos de hoje “muito diferentes do de há uns anos atrás”.

Para o sacerdote, que é também diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações, o quarto desafio está no “papel das mulheres”.

“Uma Igreja futuro será claramente uma Igreja em que o papel das mulheres e dos leigos em geral, mas das mulheres em particular, tem que ser mais relevante, mais significativo, mais de liderança, mais até de coordenação de alguns dos projetos”, sublinhou.

O padre Nuno Santos apontou como quinto desafio a via da “dimensão ministerial” na Igreja Católica.

“Que haja não uma clericalização da Igreja nos próximos tempos, também não diria uma democratização, não é este o sentido. Mas haja uma dimensão ministerial”, indicou.

Para o reitor do Seminário Maior de Coimbra é necessário que “cada batizado sinta que tem um papel, que a Igreja lhe pertence, tem uma missão e tem, nesse lugar, pelo seu próprio batismo, uma missão para o mundo”.

“O mundo será mais justo e mais fraterno se mais leigos, homens e mulheres, se puderem dedicar essa missão de coração e de uma entrega fiel”, sublinhou.

O padre Nuno Santos foi um dos oradores da Jornada Diocesana de Formação, que contou também com comunicações do padre Tiago Freitas, da Arquidiocese de Braga.

O reitor do Seminário Maior de Coimbra lembrou a “longa tradição” da diocese em confiar aos leigos diferentes ministérios e apontou para a necessidade de continuar a “olhar para o laicado como um lugar de esperança”.

LJ/PR

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