Coimbra: Cáritas é parceira em projeto de robô que presta apoio a idosos

Tecnologia em causa permite alertar para quedas e agendar consultas, entre outras possibilidades

Coimbra, 15 mar 2017 (Ecclesia) – A Cáritas Diocesana de Coimbra está a participar na fase experimental de um robô que presta apoio complementar a idosos, no âmbito de um projeto internacional financiado pela União Europeia.  

Em entrevista à Agência ECCLESIA, Luís Santos, o gestor do projeto ‘GrowMeUp’ como é denominado, realça que “o grande objetivo é facilitar a introdução deste tipo de tecnologias no mercado e na sociedade”, tendo em conta que cuidar dos mais idosos será cada vez mais “uma necessidade no futuro”.

A iniciativa ‘GrowMeUp’ é uma das grandes bandeiras do programa comunitário de financiamento Horizonte 2020, no que toca ao apoio à terceira idade.

É coordenado pela Universidade de Coimbra e além de Portugal envolve atualmente mais sete paceiros de diversos países, como a Suíça e o Chipre.

O robô, “totalmente fabricado em Portugal”, tem a capacidade de interagir com as pessoas idosas, graças a um sistema de diálogo inteligente.

Está também preparado para apoiar os mais velhos nas suas necessidades e hábitos, por exemplo “na deteção de quedas” ou “na toma de medicação”, ajudando assim a prevenir problemas decorrentes da inevitável deterioração das capacidades físicas e cognitivas das pessoas na terceira idade.

De acordo com Luís Santos, “o robô vai ser proativo na procura da pessoa dentro do espaço de casa, para detetar o comportamento da pessoa dentro de casa e se há alguma situação de emergência que seja necessário reportar aos cuidadores, da Cáritas ou familiares”.

O último ano foi praticamente todo dedicado à fase experimental do projeto, “na Cáritas e em casa das pessoas”, o que permitiu identificar algumas lacunas a melhorar.

A primeira questão, refere Luís Santos, “é que, por causa das expetativas que o idoso tem quando vê o robô, a aceitação da tecnologia está dependente da facilidade que ele tem em interagir através do diálogo”.

“Outro problema é que as casas típicas em Portugal são espaços pequenos, portanto a navegação de um robô deste tipo nesses espaços tem alguns desafios”, admite o investigador.

O desejável é fazer com que o robô seja totalmente “autónomo”, de modo a não precisar de nenhuma intervenção do idoso para estar completamente funcional, sendo que atualmente já consegue detetar quando está com um nível baixo de bateria e dirigir-se à sua unidade de carregamento.

O senhor António é um dos idosos que já tem um robô deste género em casa, que para além de ser “uma companhia” também lhe “dá música”.

“Chamei-lhe Rosa. Para os amigos Rosita. Ela pode ajudar em muitas coisas, nomeadamente no agendamento das consultas, no pedido de socorro, e ainda estamos só no princípio, com o passar do tempo certamente outras possibilidades terá”, realça.

A participação da Cáritas Diocesana de Coimbra no projeto ‘GrowMeUp’ faz parte da aposta da instituição católica na busca de soluções tecnológicas que ajudem a proporcionar um serviço de qualidade à população idosa da região.

HM/JCP

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