Celebração na noite de Quinta-feira Santa evoca drama dos incêndios de 2017
Coimbra, 28 mar 2018 (Ecclesia) –O bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, vai lavar os pés a 12 bombeiros de corporações da região, na celebração vespertina desta Quinta-feira Santa, na Sé Nova daquela cidade, evocando o drama dos incêndios de 2017.
A celebração do lava-pés é “extremamente importante no Tríduo Pascal” e “costuma ser um momento marcante da presença do bispo junto dos que mais sofrem”, explicou à Agência ECCLESIA o padre Nuno Santos, reitor do Seminário Maior de Coimbra e responsável pelo programa das celebrações da Quaresma e Páscoa.
Este ano, a Diocese de Coimbra considerou “importante homenagear e reconhecer o trabalho dos bombeiros”, depois dos incêndios que fustigaram aquela região do país.
Na celebração, marcada para as 21h00, vão estar presentes 24 corporações de bombeiros, e destas “vão ser escolhidos 12 bombeiros” das corporações que estiveram no início dos incêndios.
Para o padre Nuno Santos, esta é uma forma “de reconhecimento” do trabalho dos soldados da paz no combate aos incêndios; o facto do bispo “se ajoelhar aos pés daqueles homens significa muito”.
“Os fogos tiveram um impacto muito doloroso na Diocese de Coimbra” e o sentimento de “perda” tanto das vidas como do lado ecológico ainda está patente naquelas populações, realçou o sacerdote.
Os bombeiros procuraram “quase para além das suas forças, evitar que os incêndios tivessem consequências mais negativas para as populações”, elogiou o responsável.
Ao revisitar os acontecimentos “negativos” que assolaram aquelas populações, o padre Nuno Santos refere que os meios eram “muito poucos perante uma realidade tão avassaladora”, todavia foram a “única esperança para muitas pessoas”.
A celebração do ‘lava-pés’ “não pretende apenas recordar os bombeiros” quando existem os flagelos, mas reconhecer que o seu papel “é fundamental” no dia-a-dia.
Após os fogos de outubro de 2017, D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, manifestou a sua solidariedade às comunidades atingidas pela “calamidade”.
No distrito de Coimbra foram contabilizados mortos em Penacova, Oliveira do Hospital, Arganil e Tábua.
Já na sua mensagem para o último Natal, o prelado evocou as “as perdas de vida, as perdas de casas, dos mais variados bens”, assim como “os gestos de solidariedade e de amor”.
No total, os incêndios de junho e depois de outubro de 2017 custaram a vida a mais de uma centena de pessoas, em Portugal; cerca de duas mil casas foram destruídas ou danificadas, centenas de empresas ou de pequenos negócios afetados, e mais de 440 mil hectares de floresta arderam.
LFS/OC