D. Virgílio Antunes sublinha importância das comunidades católicas no surgimento destas vocações
Coimbra, 26 jun 2017 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra presidiu este domingo à ordenação de dois padres, um diácono em preparação para o sacerdócio e 17 diáconos permanentes, num “dia feliz” em que destacou a importância das comunidades católicas no surgimento destas vocações.
“Há muito tempo que não vivíamos um dia tão grande e tão feliz como este. O dom de 18 diáconos e dois presbíteros para o serviço da Igreja faz-nos exultar no Senhor e refazer a fé e a confiança no seu amor”, disse D. Virgílio Antunes, na homilia da celebração, publicada pela diocese.
O Concílio Vaticano II (1962-1965) restaurou o diaconado permanente, a que podem aceder homens casados (depois de terem completado 35 anos de idade), o que não acontece com o sacerdócio.
O diaconado exercido por candidatos ao sacerdócio (limitado no tempo) só é concedido a homens solteiros.
D. Virgílio Antunes deixou uma palavra particular aos novos sacerdotes e diáconos, pedindo-lhes que procurem “ajudar a humanidade a encontrar-se pessoal e eclesialmente com Cristo”.
“Esta é a vossa vocação e esta há de ser a motivação fundamental do exercício do ministério que vos é confiado”, acrescentou.
O bispo de Coimbra recordou as suas visitas aos “mais variados recantos da Diocese”, sublinhando que se tem deparado com a “dor das comunidades cristãs que sentem a falta de pastores para o anúncio do Evangelho, para a congregação dos fiéis e para a celebração dos sacramentos, especialmente a Eucaristia e a Penitência”.
“Tenho encontrado muitos fiéis de todas as condições e idades que têm a causa das vocações tão entranhada nos seus corações, que nunca deixam de rezar por elas, confiantes na resposta que o Senhor dará para a salvação do Seu Povo. Pois a resposta de Deus aí está”, referiu.
A homilia abordou depois a situação da Igreja Católica na atualidade, “frequentemente marcada por muitos medos, a começar pelo medo de ser ignorada, rejeitada ou perseguida”.
“As mudanças na sociedade, na cultura, na adesão à fé e nas suas expressões, deixaram muitas pessoas e comunidades pouco confiantes e, por vezes, até mesmo sem ânimo”, admitiu o bispo de Coimbra.
D. Virgílio Antunes pediu que todas as comunidades católicas manifestem “confiança em Deus”, valorizando mais a oração e a “caminhada espiritual”.
“Que os nossos planos privilegiem a pastoral da espiritualidade cristã, as celebrações litúrgicas bem preparadas e bem vividas, os tempos de catequese e oração como caminhos de crescimento interior da fé das pessoas e das comunidades”, sustentou.
O bispo de Coimbra tinha publicado, antes das ordenações deste domingo, uma nota em que alertava para a “extrema diminuição do número de sacerdotes” na comunidade diocesana.
“Tornou-se mais difícil o acesso à reconciliação sacramental com Deus, o acompanhamento espiritual dos cristãos e a presença reconfortante dos ministros de Deus nas situações de pobreza, de doença, de luto e de dor”, lamentou.
OC