Carta Pastoral de D. Virgílio Antunes centra-se na importância que fiéis devem dar ao estudo e à oração
Coimbra, 21 set 2012 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra escreveu uma Carta Pastoral sobre o Ano da Fé onde define a estratégia para combater o que diz ser o escasso conhecimento do cristianismo por parte da generalidade dos fiéis.
“As comunidades cristãs e os crentes em geral conhecem pouco ou de forma muito superficial o conteúdo da fé cristã e da doutrina da Igreja. Falta frequentemente aos cristãos a capacidade de enunciar e explicar tanto para si mesmos como para os outros as verdades fundamentais do Credo”, acentua D. Virgílio Antunes no documento enviado à Agência ECCLESIA.
A missiva apresentada esta quinta-feira em Coimbra, no último dia das Jornadas Pastorais do Clero, define que o estudo do Credo, enunciado com os conteúdos fundamentais da fé dos católicos, o Catecismo da Igreja Católica, lançado há 20 anos, e a análise das constituições do Concílio Vaticano II, iniciado há meio século, são algumas das prioridades para o próximo ano.
O Ano da Fé, que decorre de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013, “deve constituir uma ocasião privilegiada para a tão desejada revitalização da vida cristã nas comunidades diocesana e paroquiais”, frisa o também presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios.
A diocese vai publicar semanalmente textos inspirados nas leituras bíblicas proclamadas nas missas de domingo, com o objetivo de dar a conhecer o conteúdo da fé e proporcionar aos fiéis “um ponto de partida para a oração pessoal e familiar”, estimulando-os ainda a concretizar “algum aspeto de mudança de vida e conversão”.
Estão também previstas 15 sessões com “reflexões catequéticas para o Ano da Fé”, lideradas pelo pároco ou por um leigo com responsabilidades na comunidade, a realizar a nível local ou por grupos de vizinhança.
D. Virgílio Antunes está preocupado com os batizados que “precisam de um novo anúncio da fé, como se de um primeiro anúncio se tratasse”, porque não assumiram a adesão ao cristianismo “como uma decisão marcante da sua existência”.
A estratégia da diocese passa pela elaboração de conteúdos para responder a estes adultos que não foram além da “religiosidade popular”, “tradição cultural” ou “cristianismo social”.
O programa da Escola Diocesana de Leigos para os próximos três anos centra-se no Concílio Vaticano II (1962-1965) e no Catecismo da Igreja Católica, com formações em diversos locais da diocese.
A Carta refere que o Ano da Fé é uma oportunidade para “incentivar a formação” de quem colabora “ativamente” na missa de domingo, celebração que deve “ser cuidada em todos os seus aspetos”.
O prelado incentiva os fiéis a fazerem da Renúncia Quaresmal e do Contributo Penitencial “uma grande campanha de caridade em favor dos pobres”, pede às famílias que se reúnam em oração “ao menos uma vez em cada semana” e anuncia a realização de “encontros de espiritualidade” no Advento e Quaresma.
A 7 de outubro ocorre a abertura solene do Ano da Fé na diocese, com uma assembleia de responsáveis das comunidades durante a manhã e, à tarde, missa na sé.
O Dia da Igreja Diocesana assinala-se a 26 de maio e o encerramento do ano está marcado para 22 de junho com uma peregrinação ao Santuário de Fátima, de que D. Virgílio Antunes foi reitor antes de ser nomeado bispo de Coimbra.
RJM