Coimbra: Bispo lamenta falta de vocações religiosas na despedida da diocese

D. Albino Cleto fez votos para que o sucessor encontre a Igreja diocesana «esperançosa e aberta a uma dinamizadora pastoral juvenil»

Coimbra, 21 jun 2011 (Ecclesia) – O bispo D. Albino Cleto lamentou este domingo que o número de vocações religiosas não tenha sido maior durante os dez anos em que dirigiu a diocese de Coimbra.

“Pesa-me, como primeiro responsável, que não tenhamos mais jovens desejosos do sacerdócio, mais homens e mulheres oferecidos como consagrados”, disse o prelado na missa celebrada este domingo na Sé Nova, em Coimbra, a última celebração diocesana a que presidiu enquanto figura cimeira da Igreja conimbricense.

Albino Cleto, que a 10 de julho vai ser substituído na cadeira episcopal pelo novo bispo, D. Virgílio Antunes, salientou que os 18 seminaristas da diocese são um sinal da “resposta de Deus” às preces e necessidades na diocese.

O prelado, que em março completou dez anos como bispo de Coimbra, salientou também que “não faltam” leigos “generosos”, como “catequistas, ministros extraordinários da culto” e “curadores das iniciativas comunitárias”.

A identidade de uma diocese “permanece imutável” aos tempos e às novas exigências, caracterizando-se pela “presença de um pastor”, de “quem tenha recebido, por transmissão em cadeia, os poderes que Jesus confiou aos doze [apóstolos]”, apontou Albino Cleto.

“Essencial para a Diocese a garantia das fontes da Palavra divina e da graça dos Sacramentos, fontes garantidas pela presença operante do Bispo”, que espalha a “graça” através dos seus “primeiros colaboradores” – “padres” e “diáconos” – e mediante o “testemunho e o trabalho” dos “leigos”, acrescentou.

Depois de recordar o seu antecessor, D. João Alves, que não pôde estar presente na eucaristia, Albino Cleto, de 76 anos, fez votos para que o sucessor “encontre a Diocese esperançosa e aberta a uma dinamizadora pastoral juvenil”.

O atual administrador apostólico de Coimbra recordou os quase 1500 anos de presença episcopal nas “terras de Conímbriga”, nomeadamente os “bispos sacrificados que alentaram os batizados nos tempos duros da ocupação muçulmana”.

Na homilia, Albino Cleto evocou também prelados “ilustres que consagraram Coimbra como cátedra de saber, humanístico e teológico, e como viveiro de missionários”, além de “bispos sofredores que padeceram lutas e privações nos perturbados dias da implantação da República”.

Segundo o jornal “Correio de Coimbra”, pertencente à diocese, a missa contou com a participação da “quase totalidade” dos padres diocesanos e de “muitas centenas de religiosos e leigos”.

Albino Cleto nasceu em 1935 no concelho de Manteigas, distrito e diocese da Guarda, tendo sido ordenado padre em 1959 e nomeado pelo Papa João Paulo II para bispo auxiliar de Lisboa em 1982.

No ano de 1997 foi nomeado bispo coadjutor de Coimbra, diocese de que viria a tomar posse em 2001, sendo atualmente um dos três vogais da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

RM

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