Coimbra: Bispo explicou que Jesus «viveu em primeira pessoa os dramas da humanidade», no seu «dia mais tenebroso»

D. Virgílio Antunes indicou que «Deus está sempre onde há vítimas das guerras, onde se destrói a verdade»

Foto: Diocese de Coimbra (arquivo)

Coimbra, 18 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra afirmou hoje que a “Sexta-feira Santa é o dia mais tenebroso do ano”, coloca diante das pessoas a possibilidade de compreender, de aceitar o sofrimento e a morte, “as realidades mais obscuras da vida”.

“No fundo, a Sexta-feira Santa da Páscoa ou as sextas-feiras da existência trazem-nos sempre o confronto com a realidade mais obscura da vida e exigem uma resposta, que está sempre em construção, que nunca está definitivamente arrumada”, disse D. Virgílio Antunes, na homilia da Paixão do Senhor, que presidiu esta sexta-feira.

Segundo o bispo de Coimbra, a Sexta-feira Santa “é o dia mais tenebroso do ano”, porque põe diante de cada um a possibilidade de compreender ou não compreender, de aceitar ou não aceitar “as realidades mais obscuras da vida: o sofrimento e a morte”.

“A Sexta-feira Santa foi o dia mais tenebroso para Jesus. Encontrou-se diante do mesmo dilema. Viveu em primeira pessoa os dramas da humanidade ferida, as injustiças face à verdade, o sofrimento que O aproxima da morte sem retorno. Como Homem e Deus, acolheu em si os dias tenebrosos de toda a humanidade, quando no Getsémani aceitou beber o cálice que lhe foi dado e no Calvário aceitou a injustiça da mentira que O levou à morte.”

D. Virgílio Antunes indica que ali Jesus mostrou que Deus está “de muitas formas e em muitos lugares”, mas assegurou que “Deus está sempre onde há vítimas das guerras, onde se destrói a verdade e onde impera o sofrimento”, está sempre para acompanhar cada um e todos os povos que, “mesmo nessas circunstâncias, são chamados a renovar a esperança”.

O bispo de Coimbra assinalou que a experiência da Sexta-feira Santa de Jesus permite a cada um, “não somente tentar perceber a experiência dos outros, mas entrar na sua própria experiência de vida”.

“Como resolvemos os dramas das nossas guerras interiores e exteriores, como aceitamos os atropelos à verdade e as injustiças que nos tocam pessoalmente, como enfrentamos os nossos desencantos e sofrimentos leves ou profundos, físicos ou morais?”, exemplificou.

“A cruz de Cristo, que adoramos, permanece na nossa espiritualidade cristã como o símbolo da possibilidade que Deus nos oferece de superarmos as provações a que estamos sujeitos”, referiu D. Virgílio Antunes, na homilia da Paixão do Senhor.

CB

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