Coimbra: Bispo aprovou orientações pastorais sobre os «ministérios laicais instituídos»

D. Virgílio Antunes sublinha que ministérios de leitor, acólito e catequista «não esgotam o dinamismo ministerial dos leigos»

Coimbra, 28 jun 2024 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra aprovou o documento que pretende estabelecer “orientações específicas para a eleição, formação, instituição e acompanhamento” dos três ministérios instituídos – leitor, acólito e catequista – nesta diocese e que foi apresentado pelo Conselho Presbiteral.

“Os ministérios instituídos de leitor, acólito e catequista não esgotam o dinamismo ministerial dos leigos na nossa diocese”, escreve D. Virgílio Antunes, nas orientações pastorais ‘Os Ministérios Laicais instituídos na Diocese de Coimbra’.

O bispo de Coimbra explica que desejam “muito que aumente o número de homens e mulheres” que, quando são chamados a desempenhar um destes serviços ou ministérios, “aceitem o convite a agradeçam a Deus o carisma que lhes concedeu e que a Igreja lhes reconhece”.

“A Diocese de Coimbra é uma Igreja viva e em caminho, que manifesta grande disponibilidade de renovação para melhor cumprir a missão que Deus lhe confere. Os tempos diferentes têm-nos levado a mudanças muito profundas, que procuramos sejam concretizadas na fidelidade ao Espírito Santo e para melhor servir a humanidade à qual somos enviados”, desenvolve.

As orientações pastorais sobre foram apresentadas a D. Virgílio Antunes, pelo seu Conselho Presbiteral que “estudou longamente” este tema, e que o bispo diocesano aprovou e disponibiliza à sua diocese “para que seja estudado e posto em prática”.

A Diocese de Coimbra pretende estabelecer “orientações específicas para a eleição, formação, instituição e acompanhamento exclusivamente” dos três ministérios instituídos – leitor, acólito e catequista – dando “um passo determinado” e assumido na implementação efetiva” destes ministérios laicais.

Os candidatos aos ministérios instituídos podem ser homens ou mulheres, a partir dos “25 anos de idade e a Iniciação Cristã completa”, uma vida cristã “comprometida e reconhecida pela comunidade”, e façam uma formação específica de quatro semestres, com a orientação da Escola de Teologia e Ministérios e a colaboração dos Secretariados Diocesanos da Liturgia e da Evangelização e Catequese.

A Diocese de Coimbra, que apresenta as funções e tarefas de cada um dos três ministérios, indica que para a admissão destes candidatos exige-se um requerimento, “livremente escrito e assinado pelo aspirante”, que é apresentado ao bispo diocesano, “a quem compete a aceitação”, uma apresentação feita pelo seu pároco, “após ter ouvido a Equipa de Animação Pastoral”, ou pelo superior(a) da comunidade, a “vontade firme” de servir fielmente a Deus e ao povo cristão e a “consciência clara” de que o exercício do ministério instituído “não confere o direito à sustentação ou remuneração por parte da Igreja”.

O novo documento da Diocese de Coimbra, que tem “um longo caminho de reconhecimento” da identidade e da missão do laicado na senda do Concílio Vaticano II, surge na sequência da decisão do Papa Francisco relativa aos ministérios laicais na Igreja, que “permite admitir ao ministério dos leitores e dos acólitos, com caráter permanente, homens e mulheres” – com a Carta Apostólica sob forma de “Motu Proprio” ‘Spiritus domini’, de 10 de janeiro de 2021 -, e criou o ministério dos catequistas, no dia 10 de maio de 2021, com a Carta Apostólica sob forma de “Motu Proprio” ‘Antiquum Ministerium’.

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) aprovou as “linhas base” para a instituição e exercício destes ministérios, no dia 22 de junho de 2022, com o documento ‘Ministérios Laicais para uma Igreja ministerial’, e, agora, a Diocese de Coimbra “procura fazer a sua aplicação concreta” ao contexto desta Igreja local.

D. Virgílio Antunes salienta ainda que vão continuar a fazer a nomeação dos “servidores das comunidades cristãs” – como Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, os Coordenadores das Assembleias Dominicais na Ausência de Presbítero e Orientadores das Exéquias – e, acrescenta que esperam que, no futuro, se “possam desenvolver outras formas de serviço ou outros ministérios”, na Igreja Universal, Local ou Diocesana.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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