É preciso «deixar de parte tudo aquilo que escraviza interiormente», sublinha D. Virgílio Antunes
Coimbra, 02 jan 2015 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra assinalou o novo ano com críticas a uma cultura atual que desvaloriza não só a dimensão humana mas também a espiritual, e que por isso nunca atinge plenamente a paz.
“A falta do sentido de Deus também é um obstáculo à paz, assim como podemos dizer que a pobreza instalada em tantas sociedades e em tão grande parte do mundo é com certeza um obstáculo para a paz”, frisou D. Virgílio Antunes na primeira missa de 2015, na Sé Nova de Coimbra.
Numa homilia inspirada na mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz, que a Igreja Católica celebrou esta quinta-feira, o prelado realçou ainda a importância de cada um estar “disponível a abrir-se a outras realidades, maiores, mais vastas e mais capazes de dar essa paz de coração, essa paz interior e exterior que toda a humanidade deseja”.
“No fundo é este percurso interior de disponibilidade para deixar de parte tudo aquilo que nos escraviza pessoalmente, interiormente”, sustentou o bispo de Coimbra na sua intervenção, disponibilizada à Agência ECCLESIA, apontando aquele que na sua opinião é “o primeiro passo” para uma “liberdade” verdadeira.
“Sem estarmos bem connosco, sem sermos capazes de nos encontrar, enquadrando tudo aquilo que são os nossos desejos, aquela que é a perspetiva do bem que está marcada dentro de nós, aliada com as iluminações que nos vêm da própria fé, nós não encontramos a paz pessoal”, complementou.
D. Virgílio Antunes convidou depois as comunidades a aproveitarem este início de ano para, imbuídas pelo espirito de Natal, colocarem o seu olhar no exemplo de Jesus Menino, o “príncipe da paz”.
“A transformação do mundo, da sociedade, da cultura, de tudo aquilo que nós somos e vivemos precisa de contar com a presença viva deste menino da manjedoura de Belém”, exortou o responsável católico.
JCP