D. Virgílio Antunes assume novo ano pastoral em busca de respostas
Coimbra, 26 out 2011 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra reconhece que há um trabalho “muito vasto” a realizar no campo pastoral, nesta diocese, por isso apela à “ousadia” dos católicos.l
Em declarações ao Programa Ecclesia (RTP2), D. Virgílio Antunes sublinha que uma das grandes “dificuldades” que sente este território eclesial “é a da desadequação entre aquilo que são as estruturas tradicionais e organizativas da vida da Igreja com aquilo que é a realidade humana e social da diocese”.
No início de um novo ano pastoral, que coincide com o começo da missão do bispo de Coimbra – que ali chegou em julho passado -, a diocese está a tentar encontrar “algumas formas de organização e de estruturação da vida da igreja, talvez mais adequadas”.
A evangelização é um dos “grandes problemas” da Igreja, em Portugal e no mundo, porque algumas pessoas “vêm de uma tradição religiosa e cristã, onde receberam apenas o primeiro anúncio, mas não o aprofundaram”.
O bispo de Coimbra considera fundamental também evangelizar as pessoas que estão “nas margens ou a chegar às franjas da igreja”, “aqueles que deixaram de ser praticantes” e aqueles que “absorveram valores da sociedade e da cultura que não são propriamente os valores cristãos”.
Nas Jornadas de Pastoral diocesanas, em setembro, D. Virgílio Antunes assumira que “este ano pastoral de 2011-2012 sem um plano pastoral definido, será de reflexão e poderá ter grande utilidade, se nos ajudar, com muita ponderação, a traçar algumas prioridades pastorais, objetivos e linhas de conduta”.
Durante esse encontro, o prelado propôs a criação de um “Conselho de Coordenação Pastoral, que, juntamente com o bispo, elabore os planos e programas pastorais, e promova a unidade indispensável de toda a ação pastoral diocesana”.
Com uma média de idades elevada, o número de padres não chega para as cerca de 260 paróquias que compõem o território eclesial de Coimbra.
As unidades pastorais – conjunto de paróquias atribuídas a pequenas equipas sacerdotais – são uma realidade existente na diocese, no entanto é necessário que estas tenham “uma certa estabilidade” salientou D. Virgílio Antunes à ECCLESIA.
Se algumas paróquias têm um grande aglomerado populacional, as “da zona interior e da montanha estão muito desertificadas”, lamenta.
Atualmente a diocese de Coimbra tem 16 alunos no seminário maior, uma situação que “já foi pior”.
Apesar destas situações, o bispo de Coimbra não entra em alarmismos e está “confiante” porque “há de aparecer soluções” e conclui: “Com mais sacerdotes ou com menos sacerdotes a vida da Igreja continua”.
LFS/OC