Coadoção: Direitos das crianças sobrepõem-se a interesses dos adultos

Braga, 31 jan 2014 (Ecclesia) – O padre Vasco Pinto Magalhães, da província portuguesa da Companhia de Jesus (jesuítas), afirmou que a discussão sobre adoção e coadoção por pessoas do mesmo sexto tem de centrar-se nos “direitos da criança”.

“Um adulto nunca tem o direito a adotar: as crianças é que podem ter o direito a ser adotadas”, refere o autor em entrevista ao mais recente suplemento semanal ‘Igreja Viva’ do ‘Diário do Minho’.

Segundo o sacerdote, um adulto pode “adotar, se tiver condições para isso e se for bom para a criança”.

“Ninguém tem o direito a adotar”, sublinha, frisando que nesta discussão o “critério é a criança, o seu bem e não os interesses dos adultos”.

O presidente da República requereu esta terça-feira ao Tribunal Constitucional a “fiscalização preventiva da constitucionalidade e da legalidade” da proposta de referendo sobre a possibilidade de coadoção “pelo cônjuge ou unido de facto do mesmo sexo” e sobre a “possibilidade de adoção por casais do mesmo sexo, casados ou unidos de facto”, aprovada pela Assembleia da República.

Para o padre Vasco Pinto Magalhães, “aqui há mais uma reivindicação do direito de adotar e a procura da satisfação do estatuto de igualdade do que, realmente, um cuidado com a criança”.

“Adotar não é um direito da maioria heterossexual que o homossexual reivindique”, precisou.

O sacerdote jesuíta sublinha que os Direitos Humanos “não vão a votos” e que “os referendos têm o perigo de fazer crer que o legal é, necessariamente, ético”.

“A moral não se faz universalizando o caso excecional, emocional. Se as leis forem bem feitas, terão a capacidade de ponderar os casos particulares”, acrescenta.

OC

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