Antigo ministro português e presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz faleceu hoje em Lisboa
Lisboa, 11 nov 2016 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), Pedro Vaz Patto, mostrou-se hoje “surpreendido” e “emocionado” com a morte de Alfredo Bruto da Costa, seu antecessor no cargo.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, Pedro Vaz Patto enalteceu o “serviço” que Alfredo Bruto da Costa sempre prestou “à sociedade portuuguesa”, ao longo da sua vida.
Recordou também uma figura com quem “conviveu durante bastantes anos na CNJP” e que sempre viu como “modelo de cristão empenhado nas causas da justiça e da paz”.
“Uma pessoa que dedicou toda a sua vida para tornar vivo o amor preferencial pelos pobres; fê-lo através dos seus estudos, da sua competência e da sua ação, e portanto ele serve-nos a nós, que continuamos com este trabalho, como referência e como modelo”, salientou.
Alfredo Bruto da Costa faleceu esta sexta-feira em Lisboa, vítima de doença cancerígena, e o funeral realiza-se este sábado, às 14h00, na paróquia do Campo Grande, em Lisboa.
O engenheiro e doutorado em Sociologia tinha 78 anos e no seu currículo contava com o desempenho do cargo de ministro dos Assuntos Sociais, durante o Governo de Maria de Lurdes Pintassilgo, entre 1979 e 1980, e mais recentemente de conselheiro de Estado a partir de 2014, por designação da Assembleia da República.
Ao longo do seu percurso exerceu também funções de provedor da Misericórdia e entre 2003 e 2009 foi presidente do Conselho Económico e Social (CES).
À frente da Comissão Nacional Justiça e Paz, cargo que deixou em 2015, promoveu diversos estudos e investigações à volta da pobreza em Portugal, assumindo-se sempre como uma voz em defesa da dignidade humana e da justiça social.
Numa reação à morte de Alfredo Bruto da Costa, o secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, padre Manuel Barbosa, deixou um “sentimento de pesar” e de “proximidade à sua família”.
O sacerdote recordou um homem de “profunda humanidade, de atenção a todos, de fé, crente” e de fidelidade à Igreja Católica.
“Um homem atento às situações de pobreza, um estudioso destas situações e de compromisso para que elas desaparecessem da sociedade. Sabemos das tarefas governativas que desempenhou e também de aconselhamento, por exemplo no Conselho de Estado e também na Europa onde participou em instituições de luta pelas causas sociais a favor sempre da dignidade e promoção do bem-comum”, desenvolveu.
Neste contexto, o porta-voz da CEP enalteceu a participação de Alfredo Bruto da Costa na “grande estrutura” da Igreja Católica em Portugal que é a Comissão Nacional da Justiça e Paz da qual foi presidente e membro.
“Pedimos que o exemplo de vida e de lutador pelas causas nos inspire também a continuarmos a luta por uma sociedade mais justa, mais fraterna. Uma sociedade feita, que viva a paz, que é a paz de Deus, a paz para todos os homens”, concluiu o padre Manuel Barbosa.
CB/JCP
