CNJP: D. José Traquina questiona «impostos» que colocam empresas em situação de «resultados negativos»

Presidente da CNJP indica que «busca de consensos e diálogo» constroem-se com iniciativas de «influência» e busca de medidas que visem o bem-comum

Agência ECCLESIA/LS

Lisboa, 21 jan 2023 (Ecclesia) – D. José Traquina questionou hoje, no início da Conferencia anual da Comissão Nacional Justiça e Paz, dedicada a refletir sobre os salários justos, como podem as empresas aumentar os salários quando “os impostos aumentam” e apresentam resultados negativos”.

“Como podem as empresas aumentar salários com os impostos que tem? Como podem as empresas sociais aumentar se vivem com resultados anuais negativos?”, interrogou o Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana no início do encontro com o tema «Salários justos contra a pobreza – Trabalhadores e Empresários Cristãos em Diálogo».

O responsável valorizou o facto de a economia, em Portugal, em 2022, ter tido “um dos melhores resultados quando comparado com outros países da União Europeia”, mas quis lembrar as dificuldades que as famílias tiveram.

“Não podemos esquecer que foi um ano onde as famílias tiveram especiais dificuldades em assumir os seus compromissos por causComissãoa da inflação. Somos dos países da União Europeia com maior diferença de rendimentos dos habitantes”, lamentou.

D. José Traquina quis lembrar as palavras do Papa Francisco, recordando não ser suficiente a “garantia da comida, sustento para todos”, lembrado ser missão da Igreja católica promover “a dignidade humana, de justiça para com as pessoas pobres, cuja missão vem de longe”.

“O Papa Francisco afirma que o nosso sonho voa mais alto. Não se fala apenas em garantir a comida ou um sustento para todos, mas prosperidade e civilização para todos nos múltiplos aspetos: educação, acesso ao cuidado de saúde, cultura”, recordou.

O responsável quis ainda sublinhar o caminho que “muitas empresas” têm feito para “assumir a responsabilidade no bem-estar integral dos seus trabalhadores e com o futuro do planeta terra”.

A Conferencia anual da CNJP é realizada em parceria com a Cáritas Portuguesa, a Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores cristãos, A Juventude Operária Católica, a  Associação Cristã de Empresários e Gestores, a Ação Católica Rural e o Metanóia.

O presidente da CNJP reconheceu que o diálogo a que se propõem não irá conduzir imediatamente a “medidas concretas” mas sublinhou a importância de ações semelhantes como fator de influência em medidas políticas e promotoras de mudanças.

“A busca de consensos consegue-se com o diálogo”, sublinhou Pedro Vaz Patto.

O presidente do organismo da Igreja católica lembrou ainda, no início da conferencia, que os princípios da Doutrina Social da Igreja, partem do “primado das pessoas sobre as coisas – o trabalho para a pessoa e não a pessoa para o trabalho”.

“A justiça do salário dá ao homem a possibilidade de ter uma vida espiritual, laboral, familiar, ajudando a concretizar a visão universal. O combate à pobreza necessita de subsídios bem remunerados, mas o objetivo é conseguir uma vida digna através do salário”, indicou.

A Conferência anual da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) vai realizar-se hoje no Centro Cultural Franciscano, em Lisboa.

LS

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