CNE: Padre Rui Silva quer ser um bom assistente regional

O padre Rui Silva, assistente nacional do Corpo Nacional de Escutas, foi nomeado assistente espiritual da região Europa-mediterrâneo da Conferência Internacional Católica do Escutismo (CICE). Em entrevista ao Caminho de Emaús, programa de rádio da Paulus, o sacerdote e escuteiro afirma abraçar este novo desafio com “com muita alegria e com confiança”. Ainda antes de tomar posse, o padre Rui Silva conta que “sempre tive interesse em que o CNE desse o seu contributo positivo para todo este trabalho da CICE. Eu enquanto assistente da região para a Europa-Mediterrâneo procurarei facilitar essa ligação entre a dimensão espiritual e o escutismo no seu todo”. Um trabalho que conta realizar com a ajuda dos assistentes nacionais dos vários países que compõem esta organização até porque considera que “é um trabalho de fazer comunhão”. Concretamente, a CICE tem o objectivo de “ser uma plataforma comum que percebe o que é ser católico e ser escuteiro e que procura uma relação saudável e frutuosa com a organização mundial do movimento escutista”. O Padre Rui Silva explica que este objectivo é concretizado com os escuteiros que não são católicos “para que não se perca a dimensão espiritual” e “se respeite a autonomia e especificidade dos católicos”. Mas por outro lado, a CICE faz  a ligação com a Santa Sé através do Conselho Pontifício para os Leigos. Para o sacerdote português a organização encontra-se num “ponto charneira e procuramos agilizar estas relações para que possamos ser escuteiros católicos”. E um dos desafios da CICE pode ter mesmo a ver com a defesa do escutismo católico. A organização mundial do movimento escutista tem defendido que por cada país só poderá haver uma associação de escuteiros e pluriconfessional. O padre Rui Silva acredita que esta não é a melhor solução. O sacerdote defende, em entrevista ao Caminho de Emaús, que “as associações pluriconfessionais fazem todo o sentido mas é quando são mesmo a sério e pluriconfessionais. Geralmente dizer: somos abertos a todos, recebemos todos muitas vezes na prática traduz-se a ser aconfessionais, não religiosas. Isso sim é grave porque contradiz a génese do escutismo”.

Pessoalmente, o recém nomeado assistente da região Europa-Mediterrâneo sente o desafio de “tentar ser um bom assistente regional, vou tentar mais ou menos à escala europeia ser o assistente que tenho sido no CNE”.

Rui Silva é padre há menos de 9 anos e desde 2007 assistente nacional do CNE. A ligação com os escuteiros vem de longe, mais precisamente dos seis anos. “Fui lobito, depois explorador, depois por motivo de mudança de residência saí do activo e voltei mais tarde fazendo o CIP, fazendo a promessa escutista. Fui assistente-adjunto de agrupamento, fui adjunto do assistente de agrupamento, assistência de departamento nacional de segunda secção, fui formador e continuo a ser”, explica. Para este sacerdote e escuteiro, ser assistente nacional é velar pela dimensão espiritual nos escuteiros. “Olhando para o pensamento do fundador do escutismo, Baden-Powell, percebe-se que a dimensão espiritual é fundante do escutismo. O fundador diz mesmo que todo o escutismo deve ter uma religião. Seja de uma forma ou de outra a religião tem de estar presente sob pena de faltar uma dimensão essencial da vida humana”, explica. E haverá uma espiritualidade própria do escuteiro? O padre Rui esboça alguns dos traços dessa especificidade: “o escuteiro é alguém com uma particular abertura ao sagrado. E que reconhece o sagrado primeiro na pessoa humana, depois também na natureza, nos outros.  É uma espiritualidade muito virada para a contemplação e para a prática através do serviço”.

O Caminho de Emaús é um programa de rádio produzido pela Paulus Editora e transmitido em mais de 30 rádios locais em Portugal, Cabo Verde e Moçambique. Na Internet, pode ser ouvido em www.paulus.pt/radio

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Agência ECCLESIA

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